ROMA, 27 JUL (ANSA) – Um novo naufrágio na costa da Líbia deixou pelo menos 57 migrantes mortos, incluindo 20 mulheres e duas crianças, durante uma tentativa de fuga do norte da África, informou a Organização Mundial para as Migrações (OIM) nesta segunda-feira (26).   

O barco naufragou na costa de Khoms, cidade a mais de 100 quilômetros a leste de Trípoli, capital da Líbia. “Outra tragédia. Com este naufrágio a estimativa de mortos no Mediterrâneo Central se aproxima de quase mil (mais de 980). No ano passado, no final de julho, foram 272”, lembrou o porta-voz da OIM para o Mediterrâneo, Flavio Di Giacomo, denunciando um novo “massacre” e defendendo o fortalecimento do sistema de patrulhas no mar.   

Até o momento, não há informações sobre as causas do naufrágio, provavelmente causado pelas fortes ondas. De acordo com relatos, a embarcação tinha pelo menos 75 migrantes a bordo, sendo que 18 foram resgatados.   

Segundo especialistas da OIM, os migrantes aceitam condições quase impossíveis não só para chegar à Europa mas também, para evitar de serem interceptados e levados de volta para a Líbia, onde quem regressa está sujeito a “detenções arbitrárias, extorsões, desaparecimentos e atos de tortura”.   

De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), mais de 13 mil migrantes foram levados de volta ao país do norte da África desde janeiro, o dobro do ano passado.   

A OIM alertou que “estes números são certamente muito inferiores à realidade”, porque “centenas de casos de naufrágios invisíveis são relatados por ONGs que estão em contato direto com quem está a bordo ou com familiares”. (ANSA)