O sorteio do Mundial de Clubes da Fifa ampliado, que será realizado nesta quinta-feira (5), em Miami, nos Estados Unidos, dará forma a esta nova competição que quer atrair torcedores e superar a relutância de alguns setores do mundo do futebol.

Um total de 32 times de todos os continentes, com muitas das maiores estrelas do esporte, se enfrentarão entre 15 de junho e 13 de julho de 2025 nos Estados Unidos.

Será o grande ensaio prévio à Copa do Mundo de 2026 para as seleções que o gigante norte-americano, mercado estratégico para o futuro do futebol, receberá junto com seus vizinhos México e Canadá.

A nova competição tem no papel todos os ingredientes para atrair a atenção global.

No caso do futebol latino-americano, quatro clubes brasileiros (Flamengo, Palmeiras, Botafogo e Fluminense), três clubes mexicanos (Monterrey, León e Pachuca) e dois clubes argentinos (Boca Juniors e River Plate) poderão competir contra potências europeias como Real Madrid, Manchester City, Bayern de Munique ou Inter de Milão.

 

– Frustração de jogadores –

 

Na tentativa de aumentar ainda mais o apelo do evento, a Fifa garantiu a presença de Lionel Messi ao conceder um convite ao seu Inter Miami.

O time agora comandado por Javier Mascherano também será o anfitrião do jogo de abertura no Hard Rock Stadium, do Miami Dolphins da NFL. O torneio, que acontecerá em 12 estádios americanos, vai se encerrar com a final no Metlife Stadium, nos arredores de Nova York.

Para muitos, este projeto promovido pelo presidente da Fifa, Gianni Infantino, é mais um fardo num calendário mundial já sufocante que leva os jogadores ao limite.

A maior oposição ao torneio vem da Europa. Em outubro, as principais ligas do continente e o sindicato dos jogadores FIFPro apresentaram uma queixa conjunta à Comissão Europeia acusando a Fifa de abusar da sua posição na gestão do calendário internacional.

 

 

– DAZN anuncia transmissão gratuita –

 

Javier Tebas, presidente da Liga Espanhola, tem sido um dos mais ferrenhos críticos do Mundial de Clubes e em outubro pediu a Infantino que desistisse do evento, alegando o suposto desinteresse das emissoras de televisão e empresas patrocinadoras, além da oposição dos clubes.

“Senhor presidente, o senhor sabe que não vendeu os direitos de transmissão do Mundial de Clubes, sabe que não vendeu nenhum direito de patrocínio”, disse Tebas.

Nesta quarta-feira, véspera do sorteio, a Fifa anunciou a atribuição dos direitos televisivos do Mundial à britânica DAZN, que no comunicado prometeu que os 63 jogos do torneio estarão disponíveis “gratuitamente para todos os torcedores do mundo”, destacou a plataforma, “com a possibilidade de sublicenciamento dos direitos dos canais locais de televisão gratuita”.

Nenhuma das duas partes especificou o valor do acordo, embora uma fonte próxima das negociações tenha dito à AFP que o acordo seria de cerca de 1 bilhão de euros (cerca de R$ 6,36 bilhões pela cotação atual), um valor inferior aos US$ 4 bilhões que, segundo o mídia, a Fifa exigiu num primeiro momento.

Jogadores de renome também expressaram frustração com um calendário de jogos cada vez mais longo, que lhes deixa menos oportunidades para descansar e se recuperar.

O espanhol Rodri, que recentemente conquistou a última Bola de Ouro e é um dos destaques do Manchester City, alertou em setembro que os jogadores estavam “perto” de entrar em greve no calendário, citando as exigências da expansão da Champions League nesta temporada e no subsequente Mundial de Clubes.

A Fifa, por sua vez, respondeu com veemência às críticas, insistindo em que realizou consultas com todos os continentes, incluindo a Europa, assim como com a FIFPro.

 

– “Um evento histórico” –

 

Para Infantino, o lançamento desta competição marcará o início de uma nova era para o futebol mundial.

O evento “trará a magia da Copa do Mundo de seleções para o âmbito do futebol de clubes. Este torneio será o início de algo histórico, algo que mudará nosso esporte para melhor. E para as gerações futuras, que irão amá-lo tanto quanto nós”, garantiu Infantino no mês passado.

Na terça-feira, a Fifa anunciou a composição dos quatro potes do sorteio, cada um com oito times. A Europa terá 12 participantes, o maior contingente, e a América do Sul contará com seis.

Quatro clubes de cada uma das confederações africanas, asiáticas e da região da Concacaf (América do Norte, América Central e Caribe) se classificaram, enquanto a Oceania será representada pelo Auckland City da Nova Zelândia e o país anfitrião pelo Inter Miami, de Lionel Messi.

O Mundial de Clubes ampliado está programado para ser realizado a cada quatro anos. Em sua versão anterior, o torneio contava com sete times participantes e o último vencedor foi o Manchester City, em 2023.

 

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