Vermelhidão, coceira extrema, descamação e lesões na pele. Todos estes sintomas estão ligados à dermatite atópica, doença que não é contagiosa e é considerada uma inflamação crônica, causada por um desequilíbrio imunológico. Recentemente, a ANVISA aprovou no Brasil um novo medicamento para tratar pacientes que possuem a patologia em níveis moderados e graves. O Dupixent, do laboratório Sanofi, deverá ser comercializado ainda no primeiro semestre deste ano.

Comum em bebês e crianças, a dermatite também pode se desenvolver na fase adulta. É o caso da empresária Rosangela Borges, 64, que convive com o problema há sete anos. Os primeiros sintomas surgiram ainda na infância e, depois de alguns tratamentos, ela conseguiu sanar a inflamação. Porém, quando Rosangela tinha 57 anos, os sintomas voltaram e ainda mais fortes. As manchas mais frequentes se desenvolveram no rosto, braço, perna e em volta da boca. “Hoje eu não uso roupas curtas por causa das manchas avermelhadas, elas ficam muito aparentes. É uma situação bem chata”, conta.

O remédio já é comercializado nos Estados unidos e Europa e promete amenizar os sintomas e devolver a qualidade de vida aos pacientes. De acordo com Ariana Yang, coordenadora do Ambulatório de Dermatite Atópica do Hospital das Clínicas de São Paulo, a maior queixa de quem tem a doença é o impacto na vida social. “É muito estressante, a pessoa pode mudar toda uma vida por causa da doença. Influencia no trabalho, na escola. Há muito preconceito”, diz. A médica ressalta ainda que o novo tratamento pode diminuir os efeitos colaterais. “Os outros medicamentos tinham cortisona, eram muito fortes. O paciente ganhava peso, era muito ruim”.

Divulgação

Segundo o Censo da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a dermatite atópica é a 11ª doença dermatológica mais comum na população brasileira, com ocorrência de 2,4% considerando todas as faixas etárias.

Sintomas

Descamação

Rachaduras

Coceira extrema (podendo chegar a mais de 12 horas por dia)

Pele seca

Vermelhidão

Impacto na vida social

51% apresentam sinais de depressão e ansiedade

55% apresentam dificuldades para dormir em 5 ou mais noites na semana

77% relatam queda na produtividade no trabalho

57% se queixam sobre impacto nas relações afetivas