Novo livro revela que Leão XIV nunca teve rivais no conclave

SÃO PAULO, 12 NOV (ANSA) – Um livro publicado na Espanha nesta quarta-feira (12) revela, pela primeira vez, os bastidores do conclave que elegeu Leão XIV, as tentativas de influência sobre o processo e o fato de Robert Prevost nunca ter tido rivais na disputa pela sucessão do falecido papa Francisco.   

Trata-se de “O Último Conclave” (Arpa), dos jornalistas Elisabetta Piqué e Gerard O’Connell, que narra os dias frenéticos iniciados após a morte de Jorge Bergoglio, em 21 de abril, e que terminaram com a rápida eleição do norte-americano em 8 de maio.   

De acordo com os autores, citados pela agência EFE, a obra é “melhor que o filme Conclave”, por mostrar que “a realidade é melhor que a ficção”.   

O jornalistas destacam ainda que Francisco teria sinalizado discretamente Prevost como seu possível sucessor, ao trazê-lo para Roma, nomeá-lo cardeal e depois cardeal bispo – o posto mais alto dentro do Colégio Cardinalício.   

O livro, escrito em formato de diário, descreve dias de intensas manobras entre os cardeais. O italiano Beniamino Stella surpreendeu ao criticar abertamente o falecido papa Francisco, enquanto setores conservadores e a imprensa italiana faziam campanha por um pontífice italiano, especialmente pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin. Também houve tentativas externas de influenciar o conclave, com a distribuição de livros e biografias dos cardeais.   

Diversos episódios curiosos são relatados na publicação: o cardeal espanhol Carlos Osoro Sierra votou duas vezes por engano; outros dormiram sem programar despertadores e precisaram ser acordados; e até um telefone celular foi detectado dentro da Capela Sistina, forçando a intervenção dos seguranças.   

Nas votações, o conservador Péter Erdö liderou inicialmente, mas perdeu força. Por sua vez, Prevost, com longa trajetória missionária no Peru, foi ganhando apoio até vencer na quarta votação com 108 votos, sendo aclamado pelos cardeais.   

O resultado final refutou a tese de que Parolin teria chances reais, assim como ocorrera no conclave de 2013 com Angelo Scola.   

(ANSA).