Mais novo integrante do elenco do Boston Celtics para a próxima temporada da NBA, Jordan Walsh entrará na liga de basquete dos Estados Unidos tendo uma ligação com Deborah Secco. Assim como a atriz, o atleta tem alopecia areata e busca mostrar que é possível seguir no esporte de alto rendimento da mesma forma.

Jordan Walsh, de 19 anos, foi um dos destaques da última temporada do basquete universitário defendendo Arkansas. Durante sua passagem pela universidade, além do desempenho em quadra, Walsh chamou a atenção por não ter nenhum fio de cabelo, sobrancelha ou barba. O estilo visual de Walsh existe por causa da alopecia, doença que faz com que os fios de cabelo deixem de nascer no corpo.

Apesar de conviver e lidar com a alopecia areata desde jovem, Jordan Walsh só conseguiu assumir o visual na universidade. Em depoimento para jovens que convivem com a alopecia em um programa da faculdade, o jogador do Boston Celtics comentou que o maior passo para lidar com o problema da queda de cabelo é “ser você mesmo o tempo todo e sempre amar a si mesmo”.

Buscando dar apoio para os mais novos que sofrem de alopecia, Jordan Walsh e Rylee Langerman, que também tem alopecia e é jogadora do time feminino de basquete da faculdade de Arkansas, estiveram presentes na apresentação de um livro em uma escola no fim de 2022. A história foi escrita por uma criança do estado da universidade que também sofre com a doença e mostra como é a rotina de um jovem e seus dilemas por não ter cabelo.

O QUE É ALOPECIA?

Segundo o Ministério da Saúde, a alopecia do tipo areata é uma doença autoimune caracterizada pela perda dos fios em áreas circulares do couro cabeludo, podendo afetar ainda outras partes do corpo, como sobrancelhas e barba. Esse tipo afeta ambos os sexos, podendo surgir em qualquer idade, inclusive na infância. Não é a forma mais comum, de acordo com a especialista, mas é considerada uma das mais preocupantes pois pode provocar a perda total de fios em todo o corpo. Além da areata, existem os tipos androgenética, cicatricial e eflúvio telógeno.

Seja por queda excessiva de cabelos, aparecimento de falhas no couro cabeludo ou afinamento dos fios, a recomendação da médica, em todos os casos, é que se busque um especialista o quanto antes, pois se o diagnóstico for precoce há mais chance de reversão do cenário ou facilidade no tratamento.

“O mais importante é ter um diagnóstico o mais precoce possível. A pessoa está tão desanimada que não procura médico e vai em busca de soluções na internet. Nos primeiros sintomas a indicação já é procurar um especialista, porque hoje há muitas medicações que antigamente não existiam e que melhoraram muito a condição do tratamento”, ressalta a médica dermatologista Violeta Tortelly, membro do Departamento de Cabelos e Unhas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Já o tratamento varia de acordo com o tipo. Em caso de alopecia autoimune, é necessário utilizar remédios como corticoides para realizar o bloqueio dessa ação imune no corpo. No caso da androgenética, é preciso incentivar o cabelo a crescer com o uso de substâncias como minoxidil, que estimula o crescimento dos fios, e o uso de anti-hormônios, bloqueando o derivado de testosterona, responsável pelo afinamento do cabelo.