Um implante do tamanho de um palito de fósforo poderia revolucionar os regimes de prevenção do HIV, após testes iniciais sugerirem que o dispositivo pode impedir que pessoas em risco contraiam o vírus por até um ano, mostrou uma nova pesquisa nesta terça-feira.

Revelando suas descobertas de um ensaio clínico na 10ª conferência anual da International AIDS Society na Cidade do México, os desenvolvedores disseram que o dispositivo poderia eventualmente oferecer uma nova abordagem para a supressão do HIV.

Ele usa uma molécula chamada MK-8591, que é aproximadamente 10 vezes mais forte como um inibidor de HIV do que os medicamentos atualmente no mercado, e que tem uma barreira muito alta contra a resistência.

“Ele libera lentamente a droga e mantém um nível muito consistente da droga em seu corpo, e isso pode realmente impedir que você seja infectado”, disse à AFP Mike Robertson, diretor de desenvolvimento clínico global para virologia da MSD.

Atualmente, os indivíduos com alto risco de contrair o HIV precisam tomar uma pílula todos os dias para garantir sua proteção.

Em seu relatório anual sobre a doença, as Nações Unidas disseram neste mês que as mortes globais por aids caíram um terço desde 2010, chegando a cerca de 770.000 em 2018.

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Mas alertou que o declínio nas taxas de novas infecções está diminuindo em todo o mundo e, em algumas regiões, incluindo o Leste Europeu e o Oriente Médio, as taxas estão aumentando dramaticamente.

Robertson disse que o implante, ou mesmo uma pílula mensal contendo o mesmo ingrediente ativo, poderia fornecer mais opções para as comunidades em risco.

“As pessoas que estão em maior risco são populações diferentes – por exemplo, homens que fazem sexo com homens ainda são o grupo que tem a maior taxa de novas infecções nos EUA e na Europa”, afirmou.

“Mas, globalmente, a maior taxa de incidência é em mulheres jovens na África subsaariana e este é outro grupo onde a maioria das novas infecções está ocorrendo”.

Anton Pozniak, presidente da International AIDS Society, disse que o implante “oferece outra opção para aqueles que podem no futuro também ter pílulas e injetáveis disponíveis” para prevenir a infecção.

Nesta terça também foi apresentada uma nova análise revelada em um recente estudo clínico sobre a segurança e a tolerância de uma vacina contra o HIV.

O ensaio de fase 2 foi realizado no Quênia, Ruanda e Estados Unidos entre adultos saudáveis, de baixo risco e HIV negativos. Os resultados iniciais mostraram que as vacinas foram bem toleradas entre os indivíduos.

Um ensaio de fase 3 está agora em planejamento.

“Estes são tempos muito promissores na pesquisa de vacinas contra o HIV, com múltiplos ensaios clínicos de eficácia em andamento, novas abordagens no desenvolvimento e uma sensação crescente de que podemos estar nos aproximando de uma vacina eficaz”, disse Roger Tatoud, diretor da Global HIV Vaccine Enterprise.


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