Zezé Perrella revelou nesta sexta-feira, ao ser apresentado na Toca da Raposa 2 como o novo gestor de futebol do Cruzeiro, que fez um pedido para os jogadores na tentativa de sair da 18.ª colocação no Campeonato Brasileiro e fugir da zona de rebaixamento.

“Fiz um apelo a eles. Não quero ninguém na noite. Todo mundo tem que pensar só na situação que a gente está vivendo, para que a gente consiga sair desta situação, que não chega a ser desesperadora, mas que é gravíssima. A gente precisa de uma sequência de pelo menos três jogos para que consigamos sair da zona de rebaixamento”, afirmou o dirigente.

Presidente do Conselho Deliberativo, Perrella assumiu a gestão do Cruzeiro um dia depois de o presidente do clube, Wagner Pires de Sá, afirmar publicamente que pretende antecipar as eleições internas e que o vice Itair Machado estava deixando o time, após envolvimento em seguidas polêmicas. E a apresentação do dirigente ocorreu dois dias antes de a equipe cruzeirense encarar a Chapecoense, domingo, às 19 horas, na Arena Condá, pela 25ª rodada do Brasileirão.

“Saindo do Z4 (zona de rebaixamento), não acredito que a gente volte, porque o nosso time é bom. De 30 pontos para trás, todo mundo corre risco. Vencendo em Chapecó, a confiança volta. E nós temos condições de ganhar do São Paulo aqui também, apesar de ser um time que é muito difícil de ser batido”, disse Perrella, que comandou o clube como presidente em quatro mandatos (nos períodos entre 1995 e 2002 e entre 2009 a 2011).

Acumulando o cargo de presidente do Conselho Deliberativo, Perrella comparou a situação atual à vivida pelo time em 2011. “A situação é complicada. Em 2011, nós tínhamos no primeiro semestre um time considerado o melhor do Brasil, mas fomos desclassificados pelo Once Caldas na Libertadores e as coisas saíram dos trilhos e nem preciso contar o final do enredo. Passamos um período de muita dificuldade e quase fomos para a segunda divisão. Nós não vamos deixar perder o ‘título’ de ser um dos poucos times que jamais caíram”, destacou.

Perrella afirmou ter uma forma de resolver a situação dos salários atrasados. “O meu jeito de trabalhar era diferente do que o jeito da diretoria que me sucedeu. Eu vendia jogadores, era acusado de mercantilista, mas fazia isso porque eu sabia que, se você não deixar o salário em dia, você não ganha nada. Jogador de futebol não é obrigado a trabalhar sem receber. Eles têm razão quando cobram. Fiz uma reunião com eles agora”, disse o dirigente, para depois avisar que já está articulando em busca de novas fontes de renda para o clube.

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“Vou correr atrás de algumas coisas. O Pedro (Lourenço), do Supermercado BH, também está nos ajudando a encontrar alguns patrocínios para a gente tentar equacionar a situação financeira para que os jogadores tenham tranquilidade para nos tirar desta situação”, completou.

Perrella vai ficar no cargo até o fim do ano. “O Wagner (Wagner Pires de Sá, presidente do clube) como cruzeirense que também é, e sabedor da dificuldade, me fez esse apelo para que eu ajudasse o Cruzeiro a sair desta. Como presidente do Conselho, eu me senti na obrigação de ajudá-lo. Neste momento, acho que temos que deixar as divergências políticas para trás e pensar no Cruzeiro, porque desde o primeiro momento, apesar da derrota nas eleições, eu procurei o Wagner e falei: ‘Estou disposto a ajudar no que for necessário’. Mas a diretoria de futebol nunca me consultou”, ressaltou.

O velho conhecido dirigente cruzeirense foi apresentado ao lado de Wagner Pires de Sá nesta sexta-feira, quando apontou que a atual gestão tomou decisões erradas que pesaram para que o time enfrentasse a atual situação complicada que vive.

“Não estou criticando o presidente e nem ninguém, mas nós cometemos alguns equívocos, que fizeram com que o Cruzeiro chegasse a essa condição de brigar para não cair. Disse ao presidente que vou fazer tudo que estiver ao meu alcance para que o Cruzeiro não caia”, prometeu.


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