Novo embaixador da Itália na Argentina quer reforçar ‘amizade’ entre países

BUENOS AIRES, 9 DEZ (ANSA) – Por Patrizia Antonini – O novo embaixador da Itália na Argentina, Fabrizio Nicoletti, garantiu “atenção”, “apoio” e “o melhor serviço” à comunidade local durante seu mandato, iniciado em meados de novembro.   

“A primeira coisa que quero enfatizar, tanto por orgulho quanto por acreditar que representa um importante valor agregado para a Argentina, é que venho para Buenos Aires depois de já ter atuado como chefe de consulado por duas vezes. Isso representa uma garantia para a maior comunidade italiana do mundo fora do nosso país: nossos compatriotas receberão atenção, apoio e serviços de qualidade”, declarou Nicoletti em entrevista à ANSA, ao comentar sobre sua nova missão.   

“Cada um é produto da sua própria experiência e isto também significa aprender com os erros, a fim de melhorá-los e não repeti-los”, enfatizou o diplomata, antes de acrescentar: “Por isso, chego com ideias, mas não com receitas prontas. Nesta fase inicial, acredito que seja importante ouvir, observar, tomar notas e, em seguida, encontrar uma síntese. É necessário um pouco de tempo para observação, especialmente porque a Conferência de Embaixadores será realizada, em breve, em Roma, oferecendo uma importante oportunidade para discussão”, a qual também deverá explorar questões econômicas em profundidade.   

Em sua carreira, Nicoletti também passou por Omã e Kuwait, onde adquiriu conhecimento fundamental sobre os processos do setor de energia, conhecimento que agora é altamente aplicável na Argentina, uma nação que está emergindo como um dos principais centros do setor do mundo, e onde a Itália, com a Eni, parece preparada para desempenhar um papel de liderança.   

“Em Dubai, lembro-me do brilho nos olhos de um povo que erguia a cabeça graças às perspectivas de desenvolvimento”, disse ele, que também viu “o mesmo brilho na Ucrânia antes da invasão, na Polônia e também na Guiana”, país pelo qual foi “responsável quando era embaixador no Panamá, e que vivia um período de grande prosperidade graças aos investimentos da Exxon e também de empresas italianas”.   

“Esse mesmo brilho vejo agora aqui em Buenos Aires, especialmente entre os jovens”, destacou o embaixador, sobre “a perspectiva positiva, que não tinha visto em 2024, quando participei do encontro de embaixadores latino-americanos.   

Para Nicoletti, esse cenário “parece estar intimamente ligado à mudança política”.   

“São principalmente os jovens que queriam o presidente Javier Milei. É uma questão de idade. Pelo que tenho observado, acho que posso dizer que, neste momento, o desejo de mudança é maior do que a capacidade de reação da oposição. É claro que, com a idade, a pessoa se torna mais conservadora, permanece apegada a fórmulas antigas, mas, no fim das contas, é a idade que decide: os jovens chegam e trazem novas visões.” Nicoletti também comentou sobre a situação econômica no país vizinho.   

“É evidente que uma Argentina economicamente estável, com um marco regulatório semelhante ao nosso, nos beneficia, não apenas nas exportações, mas em tudo”, observou o embaixador, que está empenhado em implementar um plano de ação bilateral, a começar pelo setor espacial, com uma importante iniciativa agendada para esta terça-feira (9) em Buenos Aires.   

Segundo o chefe da Embaixada da Itália na Argentina, há um amplo campo de trabalho a ser explorado em todas as frentes, da cultura à indústria, do esporte à tecnologia, da diplomacia jurídica à inovação, para facilitar uma integração cada vez mais estreita e mutuamente benéfica entre os dois países.   

“A Argentina, após [observar] o nosso sistema judiciário, agora olha com interesse também o nosso sistema nacional de saúde”, complementou.   

A chegada da Eni e a reabertura do escritório da TV estatal italiana RAI encaixam-se nesse cenário “positivo, que se aproveita de uma forte relação política pessoal entre os dois governos”, disse Nicoletti, que em Buenos Aires é tido como “o enviado de confiança da chefe de governo”, Giorgia Meloni.   

(ANSA).