Equipamento aumentaria a independência e a qualidade de vida de pacientes com estágio avançado desse problema no coração, segundo estudo

 

Alexandre Raith, da Agência Einstein

Um coração artificial ainda em testes iniciais poderia conferir mais autonomia para pessoas com casos graves de insuficiência cardíaca. O dispositivo possui um mecanismo de autorregulação que se adapta ao dia a dia do paciente e exigiria menos ajustes e idas a centros médicos ao longo do tempo.

O equipamento recebeu o nome de CARMAT-Total Artificial Heart (C-TAH), e protagonizou um estudo publicado recentemente no periódico científico da Sociedade Americana de Órgãos Internos Artificiais.

Ivan Netuka, do Instituto de Medicina Clínica e Experimental de Praga, na República Tcheca, foi um dos autores da pesquisa. Ele e seus colegas acompanharam, por dois anos, dez pacientes logo após o implante do coração artificial. “O C-TAH efetivamente produziu respostas adequadas que refletem as mudanças nas necessidades diárias dos pacientes”, diz Netuka. “Portanto, ele forneceria uma terapia de substituição cardíaca quase fisiológica”, completa.

Segundo o artigo, os dados referentes à circulação sanguínea apresentaram variações esperadas em resposta às mudanças na frequência cardíaca média, que foi de 78 a 128 batimentos por minuto. As taxas de pressão arterial também se mostraram normais.

A novidade do dispositivo é um sensor de pressão embutido, capaz de medir o fluxo sanguíneo com precisão e, a partir daí, fazer os ajustes necessários automaticamente. Isso, claro, a partir de parâmetros previamente definidos pelo médico. O coração artificial em experimentação reproduz as respostas fisiológicas normais, sobretudo durante as atividades físicas.

As equipes que acompanharam os pacientes observaram uma necessidade reduzida de modificar as configurações do aparelho após sua implantação. A maioria das adequações ocorreu nos primeiros 30 dias depois da instalação.

Entre os dez pacientes analisados, quatro o utilizaram como um dispositivo permanente. Os outros seis recorreram a ele de maneira temporária, enquanto aguardavam um transplante de coração. Todos eram homens e com idade média de 60 anos.

A princípio, essa opção seria reservada para pacientes com insuficiência cardíaca biventricular, e em estágio terminal. Mas esse é o primeiro estudo clínico com o C-TAH, e possui um número pequeno de voluntários, entre outras limitações. Mais experimentos serão necessários para confirmar os resultados e mensurar os benefícios reais na saúde e no cotidiano dos participantes. A segurança também precisa ser mensurada em pesquisas mais robustas.

Ainda assim, os cientistas do Instituto de Medicina Clínica e Experimental de Praga acreditam que essa primeira investigação representa um salto significativo em direção ao próximo estágio de corações artificiais, que forneceriam maior autonomia e bem-estar.

(Fonte: Agência Einstein)

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