A nova Assembleia Nacional do Equador foi aberta nesta sexta-feira (14) em sua sede, em Quito, e iniciou com uma sessão para eleger suas autoridades antes de o novo presidente eleito tomar posse, o ex-banqueiro conservador Guillermo Lasso, no próximo 24 de maio.

O Parlamento unicameral, com 137 cadeiras, também tem a função de empossar o colega de Lasso, o médico Alfredo Borrero, como vice-presidente pelo período de quatro anos.

Lasso, 65 anos, ganhou a eleição presidencial em 11 de abril, com 52,36% dos votos, 4,72 pontos a mais do que o economista de esquerda Andrés Arauz, 36 anos e afilhado político do ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017), que mora na Bélgica desde que deixou o poder.

O partido União pela Esperança (UNES), que indicou Arauz, conquistou 49 cadeiras para ser a principal força legislativa, embora sem alcançar a maioria. Em sequência para a ocupar as cadeiras, ficaram os partidos de oposição ao correísmo: o indígena Pachakutik (esquerda, 27 assentos), Esquerda Democrática (DI, centro-esquerda, 18 assentos), Social Cristiano (direita, 17 assentos) e CREO (direita, 12 assentos), este último fundado por Lasso.

Numa primeira tentativa de eleger o presidente do Congresso, os sociais cristãos, com o apoio do correísmo – seu eterno rival político – nomearam o empresário Henry Kronfle, que obteve 68 votos, abaixo dos 70 (maioria absoluta) exigidos para a nomeação de autoridades parlamentares por dois anos. Esse revés levou à ruptura da aliança estabelecida durante a campanha presidencial entre o CREO e o Partido Social Cristão (PSC) para a eleição de Lasso.

O presidente eleito, que substituirá o impopular Lenín Moreno, foi quem promoveu um acordo legislativo que relacionava o correísmo à candidatura de Kronfle, segundo nota do PSC. “Hoje (Lasso e CREO) mostraram que sua palavra e assinatura não valem nada. De quem assim procede, não podemos continuar sendo aliados, porque, sim, temos palavra e um assinatura que honramos”, anunciou o PSC.

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Por ter sido a legisladora com maior número de votos nas urnas, Pierina Correa, irmã do ex-governante socialista, dirige a sessão inaugural da Assembleia Nacional, que se prolongará até a eleição de suas autoridades.

Pachakutik, partido opositor a Lasso, e o ID formaram uma aliança parlamentar após seus candidatos presidenciais – o líder indígena e contra o garimpo Yaku Pérez e o empresário independente Xavier Hervas, respectivamente – terem sido classificados em terceiro (com 19,39% dos votos) e quarto lugares (com 15,68%) no primeiro turno, em 7 de fevereiro.


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