Novo chefe militar israelense assume comando com cessar-fogo em Gaza em risco

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Eyal Zamir em Jerusalém Foto: REUTERS/Ronen Zvulun

JERUSALÉM (Reuters) – Israel empossou um novo comandante de suas Forças Armadas nesta quarta-feira, quando um impasse sobre o frágil cessar-fogo em Gaza aumentou o risco de uma retomada dos combates sem um acordo para levar para casa o restante dos reféns ainda mantidos pelo Hamas.

Eyal Zamir, que se aposentou após 28 anos com o posto de major-general, foi promovido a tenente-general antes de assumir formalmente o comando do general Herzi Halevi, que deixou o cargo por causa do desastre de segurança de 7 de outubro de 2023.

“A missão que me foi dada é clara: levar as (forças de Israel) IDF à vitória”, disse ele.

Os combates em Gaza foram interrompidos desde janeiro sob uma trégua intermediada por Catar e Egito e apoiada pelos Estados Unidos, que permitiu a troca de 33 reféns israelenses e 5 tailandeses por cerca de 2.000 prisioneiros e detidos palestinos.

Uma guerra relacionada no sul do Líbano, que eclodiu depois que as forças do Hezbollah, apoiadas pelo Irã, lançaram ataques com mísseis contra Israel após o ataque de 7 de outubro, também foi silenciada por um acordo de cessar-fogo separado.

No entanto, ministros e autoridades israelenses alertam que suas forças poderiam retomar os combates se não houver um acordo para trazer de volta os 59 reféns que ainda restam.

As tropas israelenses recuaram de algumas de suas posições em Gaza, mas as conversações que tinham como objetivo chegar a um acordo sobre a libertação dos reféns e a retirada total das forças israelenses antes do fim da guerra não começaram.

Israel pediu uma extensão da trégua até depois do feriado da Páscoa judaica, em abril, para permitir a libertação dos reféns restantes, enquanto o Hamas insistiu em prosseguir com as conversações sobre um fim permanente da guerra antes de concordar com qualquer outra libertação.

A nomeação de Zamir ocorre no momento em que uma série de investigações oficiais começou a examinar as falhas que permitiram que milhares de homens armados liderados pelo Hamas invadissem as comunidades israelenses ao redor da Faixa de Gaza, matando 1.200 pessoas e fazendo 251 reféns em um dos maiores desastres militares e de segurança da história de Israel.

Halevi liderou as Forças Armadas durante a campanha israelense em Gaza, que matou mais de 48.000 palestinos e destruiu grande parte do enclave, deixando a maioria da população abrigada em barracas ou em prédios bombardeados.

Mas ele anunciou em janeiro, logo após o acordo de cessar-fogo em Gaza, que deixaria o comando, aceitando a responsabilidade pela resposta irregular e descoordenada dos militares ao ataque de 7 de outubro.

(Reportagem de James Mackenzie)