O CPM 22 foi a atração de sexta-feira, 19, e segunda noite do Capital Moto Week, festival de rock e moto que acontece em Brasília (DF) até o dia 27 de julho.

A banda paulistana mesclou um repertório do oitavo e novo álbum “Enfrente” com clássicos como “O Mundo dá Voltas”, “Um Minuto Para o Fim do Mundo”, “Tarde de Outubro” e “Atordoado”, para citar.

Novo álbum do CPM 22 'Enfrente' reflete momento do Brasil: 'Inevitável falar sobre política'
Álbum Enfrente do CPM 22 – Crédito: Divulgação

Formado em 1995, o grupo passou por várias formações e momentos, que colocou influências do hardcore melódico ao ska, incluindo as letras, que mudaram com os músicos.

Política e reflexões sobre o cotidiano estão mais presentes. Mostra da fase da banda é que o vocalista Badauí, no meio do show, fez uma crítica política: “País racista e desigual”.

“De tudo que vivemos nos último 5, 8 anos para cá fica inevitável (falar sobre política), atingiu a gente no peito. Eu sou um cara ativista da cannabis. Minha vertente de inspiração é o punk, hardcore. Tudo que aconteceu no Brasil e no mundo vai refletir nas letras. Mas soubemos fazer isso sem deixar de ser CPM, com letras positivas”, afirmou Badauí, com exclusividade para o site IstoÉ, direto do Capital Moto Week.

Novo álbum do CPM 22 'Enfrente' reflete momento do Brasil: 'Inevitável falar sobre política'
Badauí – Crédito: Cavera/Capital Moto Week

E completa: “‘Atordoado’ e ‘Desconfio’ são músicas que a gente tentava fazer sobre um contexto social. Naquele momento a gente estava a fim de falar dessas coisas cotidianas. Em 2002, 2003, por mais que o Brasil não fosse um país maravilhoso de se viver, principalmente para a maior parte da população, era um momento de um país mais unido. Tinha uma democracia muito bem estabelecida no país, com PT e PSDB sabendo jogar o jogo de uma forma muito democrática.”  

Outro sentimento que influenciou foi o período de pandemia. O álbum começou a ser pensado em 2019, mas teve que ser atrasado.

“Dentro da pandemia, a gente tirou coisas positivas daquele contexto muito ruim para escrever o disco. O sentimento ficou muito aflorado, com pessoas morrendo e a gente não podendo se ver. De certa forma foi um alívio, uma válvula de escape.”

Para o “Enfrente”, Badauí enxerga um disco com pegada, mas que volta às origens da banda.

“Eu quis fazer o disco com uma sonoridade mais punk rock, mais hardcore. As linhas de voz e as letras são bem diferentes do começo da banda, obviamente. A gente está mais velho e mais maduro. Mas também de alguma forma tem um link com o começo.”

A ISTOÉ foi ao evento a convite da organização do Capital Moto Week*