28/02/2017 - 9:28
Um grave acidente, o segundo em duas noites, aconteceu na madrugada desta terça-feira durante o desfile das escolas de samba na Marquês de Sapucaí, Rio de Janeiro, aplicando um duro golpe na imagem do carnaval carioca.
Doze pessoas ficaram feridas e uma continuava internada em observação na tarde desta terça-feira, após a queda da parte superior de um carro alegórico.
O acidente aconteceu por volta das 3h, quando a escola Unidos da Tijuca desfilava com mais de 3 mil componentes pelo sambódromo.
O acidente da noite anterior aconteceu quando um carro da escola Paraíso do Tuiuti, que abriu os desfiles do domingo, perdeu o controle ao entrar na avenida e imprensou pessoas contra uma grade, deixando 20 feridos, entre eles jornalistas.
Três mulheres permanecem internadas e uma delas respira com a ajuda de aparelhos, segundo os médicos.
As duas tragédias geraram confusão na passarela do samba, mas os organizadores insistiram em manter os desfiles inalterados.
– Revisar as normas de segurança –
Na madrugada de hoje, ambulâncias conseguiram abrir passagem até o local do acidente em meio à confusão, enquanto seguranças do sambódromo tentavam afastar dezenas de fotógrafos.
“Eu estava do lado esquerdo e vi a parte da direita do teto desabar. O pessoal caiu e tinha gente presa nas ferragens”, contou chorando à AFP a componente Raissa Pinheiro.
A Unidos da Tijuca deu prosseguimento ao desfile sob aplausos do público. “Essas coisas acontecem, mas as questões da segurança têm que ser revistas, com o que esta acontecendo. Quando a gente trata de carnaval, as coisas são serias. Trabalhamos o ano todo, então quando acontece uma situação dessa, acho que fica todo mundo chateado em relação a tudo”, comentou o componente Washington Luis.
Após o susto com a escola do bairro da Tijuca, passaram pela avenida as tradicionais Portela e Mangueira, atual campeã do Grupo Especial.
Autoridades municipais anunciaram que reforçarão a fiscalização dos carros no próximo carnaval.
– ‘Um desastre’ –
Rafaela Anastasia, filha de um dos 20 feridos no domingo, criticou em entrevista à TV Globo a decisão dos organizadores de dar prosseguimento ao desfile.
“Minha mãe foi esmagada contra as grades e a única preocupação deles era com o desfile. Meu Deus, é surreal”, denunciou.
“Foi a primeira vez que aconteceu um incidente desse, justamente num dia de chuva, onde a escola usou alguma roda maluca e, com a chuva, a roda tendeu para a direita, acontecendo este incidente”, lamentou Elmo José, diretor de carnaval da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), em entrevista à AFPTV.
O presidente da Liesa, Jorge Castanheira, afirmou que os dois acidentes tiveram características diferentes, e considerou coincidência eles terem ocorrido no mesmo ano.
Outro incidente, sem gravidade, aconteceu nesta madrugada, quando uma componente da Mocidade Independente de Padre Miguel caiu de uma altura de 1,50 m depois que a estrutura em formato de queijo que a sustentava cedeu.