O primeiro terço do último Vasco x São Paulo, em que houve uma partida equilibrada, animou. Após críticas fortes do técnico Lisca dias antes, o time apresentou um desenho tático totalmente diferente, que o próprio técnico definiu como um 3-3-3-1, e que vira alternativa para o futuro. Mas deverá se enganar quem pensa que este desenho deverá ser mantido.

– É uma opção. Principalmente para times com dois atacantes. A maioria dos times joga com pontas chegando. O São Paulo tem diagonais, precisávamos ter consistência defensivas e nos estabelecermos ofensivamente. Temos um modelo estabelecido, posicional, e temos que adaptar, principalmente os jogadores do meio-campo a situações, e eles têm aceitado. Mas é importante ter variações ofensivas e defensivas. Até a expulsão do Léo Jabá, mostramos competitividade alta e estávamos melhores que o São Paulo – analisou o treinador.

Lisca escalou o time com Ernando, Miranda e Leandro Castan na primeira linha, sendo o mais jovem no meio da zaga; Juninho, Bruno Gomes e Zeca formavam a segunda linha: respectivamente como um quase ala, um volante e outro volante – o posicionamento de Zeca, lateral de origem, era mesmo mais centralizado; e na terceira linha de três, à frente de Cano, estavam Léo Jabá pela direita, Marquinhos Gabriel pela faixa central e Morato bastante aberto, fazendo conexões constantes com Zeca.

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De fato, o Tricolor Paulista não teve facilidade para dominar a partida com o modelo adotado pelo treinador vascaíno. E se o comandante do time havia sido tão crítico depois da derrota para o Botafogo, por que não manter o time?

– Contra o Botafogo, tivemos 69% de posse de bola, sempre no controle, e o Botafogo jogou num modelo reativo, com todo direito, não tem modelo definitivo. Muitas vezes, no Brasil, o time com menos posse de bola ganha jogo. Falei (naquele momento) sobre a contundência. Falei sobre ser efetivo e eficaz. Não gostei de termos controle, mas não transformá-lo em vantagem. O gol cedo (do Botafogo) nem foi em contra-ataque. Hoje (contra o São Paulo) já foi bem melhor – exaltou Lisca, que completou:

– Precisávamos ter entendimento, vibração e entrega. Se mantivermos esse nível, temos muita chance de conseguirmos o acesso. A resposta dos jogadores ontem (treino de terça) e hoje (após jogo de quarta) me deixa confiante. O que importa, na Série B, é o final. Nossa arrancada com o América-MG, no ano passado, foi no segundo turno. A essa altura tínhamos apenas dois pontos mais que o Vasco atual. Estou confiante demais. No grupo, na diretoria, na torcida, que está doída, mas pode ter certeza que hoje foi o início da nossa arrancada. A indignação nós vamos transformar em combustível. No segundo turno, vamos tirar as criancinhas da sala porque eu estou esperançoso e trabalhando demais para que isso aconteça – garantiu o técnico do Vasco.