Nove mortos, a maioria drusos, em confrontos religiosos na Síria

Nove pessoas morreram em confrontos religiosos em Kharamana, perto de Damasco, uma área de maioria drusa, informou uma ONG nesta terça-feira (29), e as autoridades prometeram punir os envolvidos nos confrontos.

Esses eventos ocorreram um mês após os massacres contra a minoria alauíta, à qual pertence o ex-presidente sírio Bashar al-Assad, deposto por uma coalizão islamista que tomou o poder em dezembro.

Os drusos, uma minoria esotérica que surgiu do islã, estão espalhados pelo Líbano, Síria e Israel.

Após a queda de al-Assad em 8 de dezembro, depois de mais de 13 anos de guerra civil na Síria, Israel multiplicou seus gestos de abertura para essa comunidade.

No início de março, após discussões em Kharamana, Israel ameaçou intervir militarmente se as novas autoridades sírias atacassem os drusos.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) disse nesta terça-feira que “as forças de segurança lançaram um ataque” a Kharamana, após a publicação nas redes sociais de uma mensagem de voz atribuída a um druso e considerada blasfema para o islã.

A AFP não conseguiu verificar a autenticidade dessa mensagem.

O OSDH, com sede no Reino Unido, que tem uma ampla rede de fontes na Síria, disse que seis combatentes locais de Kharamana e três “agressores” morreram.

O Ministério do Interior disse em um comunicado que os confrontos ocorriam entre “grupos armados” antes da intervenção das forças de segurança, mobilizadas para “proteger os habitantes”.

Os líderes religiosos drusos locais “denunciaram veementemente o ataque armado injustificado em Kharamana (…) contra civis inocentes” e pediram às autoridades sírias que assumissem “total responsabilidade pelo que aconteceu e pelo agravamento da situação”.

Desde que a coalizão islamista, liderada por Ahmed al Sharaa, assumiu o poder, a comunidade internacional pede a proteção das minorias.

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