A empresa americana de biotecnologia anunciou nesta terça-feira (4) que sua vacina experimental contra o novo coronavírus gerou uma resposta imune robusta em sua etapa inicial de testes, produzindo mais anticorpos dos que estão presentes em pacientes recuperados e com efeitos colaterais geralmente toleráveis.

No mês passado, o governo americano liberou para a companhia 1,6 bilhão de dólares para desenvolver e financiar a vacina. No entanto, em termos de tempo, seu produto está atrás em desenvolvimento em comparação com os imunizantes de outras empresas, como Moderna e AstraZeneca, que entraram nas fases finais de seus testes.

A Novavax informou que a fase 1 do teste controlado com placebo envolveu 131 adultos sadios com idades de 18 a 59 anos, que receberam em dois grupos doses de cinco a 25 microgramas.

Os efeitos colaterais incluíram dor no local da injeção, dor de cabeça, fadiga e dor muscular. Estes foram classificados como leves a moderados e nenhum foi grave.

Depois da primeira dose, todos os indivíduos que receberam a vacina desenvolveram anticorpos que bloqueiam a “proteína spike” do Sars-CoV-2, espinhos que o vírus usa para se prender nas células.

A maioria também desenvolveu “anticorpos neutralizantes” que são mais potentes e evitam que os vírus infectem as células.

Depois de receber uma dose administrada 28 dias depois, todos os participantes produziram anticorpos neutralizantes mais potentes. Os anticorpos são proteínas que combatem as infecções produzidas pelo sistema imunológico.

A Novavax informou que a dose mais baixa foi equivalente à mais alta, o que é importante na hora da produção em massa e porque doses menores provocam menos efeitos colaterais.

Além dos anticorpos, a resposta imune aparece na forma de células T, glóbulos brancos que têm a capacidade de matar células infectadas e que se acredita que desempenhem um papel importante contra a COVID-19.

A Novavax disse ter buscado estas células em um subconjunto de participantes e descobriu que estavam presentes.

O teste foi feito em dois locais da Austrália.

A empresa ainda não compartilhou em detalhe suas descobertas, mas disse estar enviado a pesquisa para a sua publicação em um periódico revisto por pares e no site médico medrxiv.org.

A fase final de testes de sua vacina, chamada NVX-CoV2373, será realizada no outono, que começa em setembro nos Estados Unidos.