O segundo semestre chegou com as novas temporadas de séries na Netflix para garantir que você não tenha motivo para sair de casa ou interagir com outros seres humanos, com exceção de uma eventual visita do técnico da internet. Preparei um resumo das principais atrações.

Stranger Things

A série foi um sucesso instantâneo quando lançada e estreia a terceira temporada. Trata-se de uma docussérie (mistura de ficção e documentário) que relata os fenômenos estranhos que acontecem em Brasília. A trama é focada nos filhos de um inexperiente presidente em início de mandato. Há alternância de ritmo, com momentos cômicos protagonizados por pai e filhos no Twitter; intenso terror, como no dia que um dos “garotos” participou de uma reunião com Donald Trump (Rodrigo Hilbert); cenas surreais, como o mágico desaparecimento de um motorista e amigo da família; e a inexplicável indicação de um dos filhos presidenciais para a embaixada brasileira em Washington. A série peca ao não deixar claro o que é ficção e o que, de fato, aconteceu. Os roteiristas insistem que é tudo verdade, mas não convencem os críticos.

13 Reasons Why

Dispensa maiores explicações, já que o nome diz tudo. Conta a histórica ascensão do Partido dos Trabalhadores (tradicionalmente o número 13 nas eleições) e tenta encontrar as razões de sua derrocada. O elenco é de primeira: Tony Ramos no papel de Lula e Fernanda Montenegro como Dilma estão ótimos. Maldade foi colocar a comediante Heloísa Périssé no papel de Gleisi Hoffmann.

Mindhunter

Na segunda temporada, é ideal para quem gosta de suspense de tribunal. A ação se passa no Supremo Tribunal Federal de um país latino-americano não identificado, mas que sabemos bem onde fica. Conta as peripécias de um advogado e sua equipe, especializados em tratar de casos polêmicos que chegam à corte suprema. Pense num “Dr. House” do Direito. “Mindhunter“ é uma série cerebral e que desafia o bom senso. Cada episódio apresenta um caso diferente e as dificuldades do protagonista em encontrar justiça para seus clientes. Do sorteio do ministro relator até as negociações políticas, passando por tramoias de bastidores, a narrativa mantém o espectador agarrado à poltrona.

Orange Is the New Black

Toda a história se passa em um presídio federal fictício onde estão todos os condenados pela Lava Jato, inclusive o ex-presidente Lula. Apesar da prisão não existir na realidade, a série vale para mostrar as intrincadas relações entre doleiros, empresários e políticos que se veem obrigados a negociar duramente até maços de cigarro. A escolha de Renato Aragão para o papel de Paulo Maluf não poderia ter sido mais adequada.

Black Mirror

A série cult chega à quinta temporada. Conta as desventuras de um ministro da Justiça que sofre com a necessidade de lidar com suas múltiplas personalidades. A cada episódio o ministro assume uma nova identidade. Juiz no início, vira político e até super-herói. É uma trama psicológica metafórica que faz refletir sobre como é difícil manter-se fiel aos próprios valores nos dias de hoje.

Valem ainda menções honrosas para “3%”, produção nacional sobre um diretor da Petrobras e suas iniciativas para ganhar um dinheiro extra a fim de manter sua vila na Toscana, “La Casa de Papel”, sobre o império Odebrecht, e “Lúcifer”, que narra a vida de José Dirceu. Semana que vem comentarei as novas temporadas da HBO, principalmente a volta da aclamada “Chernobyl”, desta vez inteiramente filmada na floresta amazônica.

A principal plataforma de streaming resolveu inovar. Suas principais séries agora são inspiradas em episódios e personagens bem conhecidos dos habitantes de um certo país latino-americano