As últimas negociações realizadas esta semana no Quênia com vistas a um tratado mundial sobre a contaminação por plásticos terminaram sem acordo neste domingo (19).

Os negociadores passaram uma semana na sede do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), em Nairóbi, tentando chegar a um acordo sobre um esboço de texto.

O texto visa abordar o problema da contaminação por plásticos em todos os cantos do planeta, das profundezas do oceano aos topos das montanhas, e inclusive no corpo humano.

Esta é a terceira vez que os negociadores se reúnem desde que 175 países se comprometeram, no começo do ano passado, a acelerar os diálogos com a esperança de concluir um texto até 2024.

A reunião em Nairóbi deveria servir para iniciar discussões sobre medidas concretas sobre a contaminação por plástico, produzido a partir de combustíveis fósseis.

Mas não se conseguiu chegar a esta fase e vários atores acusaram os países produtores de petróleo, como Irã, Arábia Saudita e Rússia, de obstaculizarem possíveis avanços.

A reunião “fracassou”, disse Graham Forbes, do Greenpeace.

“Ainda está ao alcance obter um tratado exitoso, mas será preciso um nível de liderança e coragem de países grandes e mais ambiciosos que ainda não vimos”, disse à AFP.

O Pnuma assegurou que quase dois mil delegados assistentes tinham alcançado um avanço “substancial”.

O Conselho Internacional de Associações Químicas, principal organismo da indústria petroquímica e plástica mundial, afirmou, por sua vez, que os governos fizeram melhorias em um esboço “decepcionante”.

“Agora temos um documento, um esboço de texto, que inclui uma gama mais ampla de ideias”, disse à AFP seu porta-voz, Stewart Harris.

A produção de plásticos dobrou em 20 anos e, no ritmo atual, poderia triplicar até 2060 se não forem adotadas medidas. Além disso, 90% dos plásticos não são reciclados.

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