Novas escavações em Pompeia revelam grande complexo termal

NÁPOLES, 17 JAN (ANSA) – O Parque Arqueológico de Pompeia anunciou nesta sexta-feira (17) que um grande complexo de banhos termais foi descoberto na antiga cidade romana soterrada pela erupção do Vulcão Vesúvio em 79 d.C., no sul da Itália.   

A descoberta foi feita durante escavações de uma domus privada, uma casa particular, no bloco (ínsula) 10 da área do Regio IX de Pompeia.   

Segundo os especialistas, o complexo, que está conectado a um salão de banquetes, é um dos maiores e mais sofisticados espaços de banhos termais encontrados em uma domus pompeiana.   

Os poucos outros exemplos de tais banhos incluem os da Praedia de Giulia Felice, os da Casa do Labirinto e da Vila de Diomede.   

A ligação direta dos espaços termais ao grande salão de convívio sugere o quanto a casa romana se prestava a ser um verdadeiro palco para as celebrações de esplêndidos banquetes “privados”.   

Relatos apontam que os eventos eram oportunidades preciosas para o proprietário obter o consentimento eleitoral dos seus hóspedes, promover a candidatura de amigos ou familiares, ou simplesmente afirmar o seu próprio estatuto social.   

A sala de banho, compostas por calidarium, tepidarium, frigidarium (sala quente, morna e fria) e vestiário (apodyterium), podiam acomodar até 30 pessoas a julgar pelos bancos presentes na sala.   

O local é muito imponente, constituído por um peristilo, ou seja, um pátio com pórtico de 10 x 10 metros, no centro do qual se encontra uma grande bacia. A escolha de construir o complexo perto do grande salão de banquetes remete e vai ao encontro de uma interpretação do Satyricon, em que o rico liberto Trimalchio celebra o seu famoso jantar, ambientado em uma cidade da Campânia do século I d.C e, portanto, culturalmente distante da realidade de Pompaia antes da erupção, de irem ao banquete.   

Toda a domus ocupava a parte sul da ínsula 10 e deve ter pertencido a uma figura importante da sociedade local, principalmente por causa das paredes decoradas no 2º e 3º Estilo.   

“Tudo foi funcional para a realização de um espetáculo, no centro do qual estava o próprio proprietário”, destaca o diretor do Parque Arqueológico, Gabriel Zuchtriegel.   

Segundo a diretora das obras, Anna Onesti, “a escavação das salas em questão ocorreu graças a um método de execução inovador, que permitiu atingir o nível do chão, evitando o desmantelamento dos elementos arquitetônicos instáveis da colunata”. (ANSA).