O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, informou nesta sexta-feira, 23, que, de janeiro a maio, US$ 49 milhões em carne bovina in natura foram exportados pelas plantas brasileiras aos EUA. Isso corresponde a 2,79% das vendas globais do Brasil no setor. “Poderíamos chegar aos US$ 100 milhões de vendas para os EUA este ano”, disse. No entanto, suspensa temporariamente a exportação brasileira aos EUA, os números podem não se concretizar.

Mais do que o montante de US$ 100 milhões – que não chega a ser um valor tão alto, considerado o tamanho do agronegócio brasileiro -, a preocupação é com o fato de os EUA servirem de referência para outros países. “Comemoramos muito quando saiu a equivalência sanitária com os EUA, que é referência. Com a decisão (de suspender a compra do Brasil), outros mercados ficam em alerta”, disse Novacki, sem abordar especificamente a situação de outros países.

O Brasil vinha trabalhando para entrar em mercados importantes como Taiwan e Coreia do Sul, que compram cortes nobres, após a abertura do mercado americano, que ocorreu em setembro do ano passado. O País levou 17 anos para conseguir esta abertura nos EUA e agora, menos de um ano depois, já enfrenta problemas para manter os embarques.

Novacki afirmou, ainda, que o ministério já está preparado para dar as respostas necessárias caso outros países questionem a proibição surgida nos EUA. “O setor de carne é prioritário, estávamos ampliando nossa participação no mercado”, disse o secretário. “Tivemos viagens recentes ao exterior, prestamos esclarecimentos sobre a Operação Carne Fraca. Fazemos tudo dentro da ética”, disse.

O secretário afirmou também que o governo não aceitará que questões econômicas – e não técnicas – tragam desconfiança para o sistema brasileiro. “Buscamos corrigir as falhas após a Carne Fraca”, ressaltou.