Nova York recorda atentados do 11 de Setembro em meio à divisão política

TIMOTHY A. CLARY / AFP
David Casimes olha para o nome de seu pai, o tenente-comandante da Marinha dos EUA, Dave Williams, morto durante os ataques de 11 de setembro Foto: TIMOTHY A. CLARY / AFP

Nova York recorda, nesta quinta-feira (11), os atentados do 11 de Setembro de 2001, 24 anos depois do sequestro de quatro aviões deixar quase 3.000 mortos e mudar para sempre os Estados Unidos.

Cerimônias em memória das vítimas foram realizadas no Ground Zero, em Manhattan, onde as torres gêmeas do World Trade Center foram destruídas em ataques coordenados que também provocaram a colisão de um avião comercial contra o Pentágono, em Washington.

Outra aeronave, do voo 93, caiu em uma área rural da Pensilvânia quando os passageiros conseguiram dominar o sequestrador e tomaram o controle do avião.

As homenagens deste ano ocorrem em meio a um ambiente político tenso após o assassinato do influenciador Charlie Kirk, que era muito próximo ao presidente Donald Trump.

Kirk, um ativista de extrema direita de 31 anos, foi atingido por um tiro no pescoço na quarta-feira, quando participava de um evento na Utah Valley University.

Trump não deve comparecer às cerimônias em Manhattan, mas sim a uma partida de beisebol no Yankee Stadium na noite desta quinta-feira.

O vice-presidente JD Vance, que planejava participar dos eventos em Nova York, decidiu apresentar suas condolências à família de Kirk em Utah.

“Dia horrível”

Nova York, a cidade mais populosa dos EUA, está em meio a uma dividida campanha eleitoral pela prefeitura, na qual o candidato democrata socialista Zohran Mamdani enfrenta o ex-governador Andrew Cuomo e o atual prefeito Eric Adams. Os nova-iorquinos irão às urnas no dia 4 de novembro.

Adams participou da cerimônia na quinta-feira ao lado do ex-prefeito Rudy Giuliani, o republicano que comandava a cidade durante a tragédia.

Trump atacou repetidamente Mamdani, um muçulmano e cidadão americano naturalizado, chamando-o de “lunático comunista”, enquanto um legislador republicano pediu sua deportação.

O democrata socialista lidera a disputa com uma vantagem de 22 pontos, de acordo com as últimas pesquisas do The New York Times e Siena.

“Foi este dia horrível que também marcou para muitos nova-iorquinos o momento em que foram vistos como ‘o outro'”, declarou Mamdani ao jornal The New York Times, em referência ao aumento dos ataques islamofóbicos após o 11 de Setembro.

Toda a cidade de Nova York fez um minuto de silêncio às 8H46 (9h46 em Brasília), horário em que o voo 11 sequestrado se chocou contra a Torre Norte do World Trade Center.

Em seguida, locais de culto de toda a cidade tocaram seus sinos para recordar o impacto, enquanto familiares das vítimas liam os nomes dos falecidos no Ground Zero.

O número oficial de mortos do 11 de Setembro foi de 2.977, incluindo os passageiros e a tripulação dos quatro aviões sequestrados, as vítimas nas Torres Gêmeas, os bombeiros e os funcionários do Pentágono. Este número exclui os 19 sequestradores da Al-Qaeda.