Novos projetos para estabelecer o cronograma da nacionalização do processo produtivo da fábrica brasileira da Jaguar Land Rover (que ainda não tem setores de pintura e de funilaria no País) e projetos de exportação serão definidos somente após a divulgação da nova política industrial do governo, que substituirá o Inovar-Auto em 2018. “O que precisamos é de um plano de pelo menos dez anos, mais sustentável, pois hoje nos falta visibilidade”, disse na quinta-feira, 2, o franco-suíço Frédéric Drouin, que assumiu a presidência da empresa no Brasil e na América Latina na quarta-feira, 1º de março. A chegada das quatro fábricas de carros premium ao País, incluindo BMW, Mercedes e Audi é creditada ao Inovar-Auto. O programa isenta veículos locais de taxa extra de 30 pontos porcentuais de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Drouin prevê vendas estagnadas de carros premium na casa de 47 mil unidades. Em 2016, o segmento caiu 28% ante 2015, após seguidas altas, mesmo quando a crise já afetava as vendas totais de veículos. A fábrica do grupo foi inaugurada em Itatiaia (RJ) há oito meses com capacidade para 24 mil veículos ao ano em três turnos. Hoje opera em um turno, com 320 funcionários na produção dos utilitários Evoque e Discovery Sport. Se tivesse de decidir hoje pela planta “certamente seria bem menor”, disse Dimitry Kolchanov, diretor de mercados internacionais. O investimento foi de R$ 750 milhões. Drouin espera recuperação de vendas a partir de 2018 e aposta no potencial de uma parcela de consumidores que, segundo ele, tem poder aquisitivo mas deixa de comprar carro de luxo por receio com segurança e custo de manutenção. Para tentar driblar essas barreiras o grupo passou a oferecer veículos blindados com certificação da fábrica. “Essa é uma ação da marca exclusiva para o Brasil”, disse Drouin. Outra iniciativa é o lançamento, na segunda-feira, de um plano de revisão por cinco anos com preço fixo a partir de R$ 2.990. Em 2016, o grupo vendeu 7.458 veículos, sendo 788 da Jaguar e 6.670 da Land Rover – dos quais 65% foram produzidos no País. O volume foi 23% inferior ao de 2015. O mercado total caiu 20%. Drouin substitui Frank Wittemann, que vai dirigir o grupo na China. Nos últimos três anos, esteve à frente da Peugeot suíça. Essa é sua terceira passagem pelo País. De 1997 a 2000 e de 2008 a 2014 esteve na Peugeot, sendo quatro anos como presidente. “Estive aqui quando o mercado era de 1 milhão de veículos, depois quando era de 3 milhões e agora, que é metade disso”, afirmou o executivo de 52 anos. Para ele, o setor tem de se adaptar à realidade atual e acreditar no potencial futuro do mercado. A Land Rover, pertencente ao grupo indiano Tata, vai lançar este ano o novo Discovery e o Velar, ambos importados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.