22/09/2017 - 18:00
Tecnicamente se chama “terapia de reversão sexual”. Popularmente ficou conhecida como “cura gay”. Esse assunto voltou à baila na semana passada, despertanto polêmica e protestos (até da OAB) como já ocorrera das vezes anteriores. O juiz federal Waldemar Cláudio de Carvalho, de Brasília, concedeu liminar no processo que a psicóloga Rozana Alves Justino abriu contra o Conselho Federal de Psicologia, que a censurou em 1999 pelo fato de ela oferecer tal terapia em seu consultório. Sobraram
críticas para o juiz Carvalho, nem todas justas: em nenhum momento ele afirmou que considera o homossexualismo uma doença – e passível de tratamento. O seu despacho é no sentido de que a normatização do Conselho, em alguns dispositivos, se mal interpretados “podem vedar ao psicólogo qualquer estudo ou atendimento relacionados à orientação ou reorientação sexual”. E isso é inconstitucional. A rigor, nenhum profissional de nenhuma área do conhecimento humano pode falar com seriedade de terapia de reversão sexual – só se for um poço de preconceitos. As duas bíblias da medicina aboliram, há pelo menos duas décadas, a homossexualidade como enfermidade psiquiátrica (“Classificação Internacional das Doenças, CID-10” e “Diagnostic and Statistical of Mental Disorders”).
BRASÍLIA
Viva a gordura
Tudo bem de comer no bar e com as mãos porções de queijo e de linguiça frita. Tudo péssimo se essa gorduraiada se der na sala da presidência da Câmara. Pior ainda: se a mesa com fumaça e cheiro de gordura estiver montada extamente abaixo de um quadro (óleo sobre tela) de Iberê Camargo – claro que a obra deveria ter proteção, mas imagina se algum parlamentar está preocupado com artes plásticas em nosso País. Alguns até gostam delas, só que é para lavar dinheiro. Motivo da linguiça: ato de desagravo a Minas Gerais porque apreenderam queijo de Minas no Rock in Rio (o produto estava sem selo de garantia).
R$ 1,1 bilhão
Foi jogado fora pelo INSS com o pagamento de aposentadorias e pensões a mortos. Esse valor refere-se apenas a 2016 quando o rombo total previdenciário foi de aproximadamente R$ 150 bilhões. O deficit em 2017 já é de R$ 184 bilhões. Os dados foram divulgados pela CGU. Não há como o INSS recuperar os calores pagos indevidamente.
CULTURA
Ne Nise da Silveira a Bispo do Rosário
Culturalmente, o Rio de Janeiro resiste ao caos. Estão em exposição algumas das obras de um dos mais criativos artistas plásticos do Brasil: Arthur Bispo do Rosário. Nasceu em 1909, morreu em 1989 e passou meio século internado no hosital psiquiátrico Juliano Moreira, sob o diagnóstico de esquizofrenia paranóide. A maioria de suas peças foram feitas nessa colônia – com copos e pratos, vasilhas e vasos, talheres e demais objetos. Ele é referência internacional, e a maostra acontece na Casa Museu Eva Klabin. Em tempo: também referência interancional é a psiquiatra brasileira Nise da Silveira – revolucionou o tratamento da esquizofrenia por meio das artes plásticas (morreu em 1999).
GAFE
A cadeia chamada Mandela
É só no Brasil. O secretário de Justiça do Piauí, Daniel Oliveira, teve de gravar um vídeo pedindo desculpas publicamente a todo o planeta Terra. Isso mostra o tamanho de sua gafe. Ele colocou em uma penitenciária da cidade de Campo Maior o nome do ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela (foto) – um dos líderes mundiais na luta pelas liberdades democráticas e contra a discriminação racial. Choveu protestos. No vídeo, Oliveira se desculpa junto aos movimentos sociais que promovem a cultura afrodescendente. A nova cadeia, agora sem nome (o secretário pede sugestões), começará a funcionar no próximo mês. Mandela esteve preso em seu país por vinte e sete anos.
CORRUPÇÃO
14 + 45 = Sérgio Cabral
O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral recebeu a sua segunda condenação por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O juiz Marcelo Bretas lhe deu 45 anos de prisão (ele já está preso). Cabral tem condenação anterior de 14 anos e responde a mais 12 processos. A sua mulher, Adriana Ancelmo, foi sentenciada a 18 anos em prisão domiciliar.