O hemisfério norte vive, desde segunda-feira (17), uma nova onda de calor que obrigou as autoridades a emitirem alertas de saúde e reacendeu incêndios, em uma nova demonstração dos efeitos do aquecimento global.

Na Sardenha, ilha italiana no Mediterrâneo, a temperatura pode chegar a 48°C. Em Roma, os termômetros devem marcar 42ºC na terça-feira, um recorde absoluto para a capital, segundo a agência meteorológica da Aeronáutica do país.

“Somos do Texas e está muito quente lá, pensamos que escaparíamos do calor, mas aqui está ainda mais quente”, disse o turista Colman Peavy.

Na Espanha, que já passou por uma semana sufocante, a agência meteorológica emitiu um alerta laranja para segunda-feira, com “temperaturas elevadas”, entre 38 e 42ºC em grande parte do país, o que representa entre cinco e 10 graus acima da média.

Em algumas áreas da Andaluzia (sul), o alerta é vermelho (perigo extremo), com temperaturas que podem superar 44ºC.

Também na Espanha, um incêndio na ilha de La Palma, no arquipélago das Canárias devastou 4.000 hectares no fim de semana e obrigou a fuga de 4.000 moradores.

Em 2022, quase 500 incêndios devastaram mais de 300.000 hectares na Espanha, um recorde na Europa.

O episódio de calor intenso deve prosseguir até quarta-feira. Na França, as temperaturas devem atingir 40°C na terça-feira no sudeste do país, de acordo com a Météo-France.

– Incêndios na Grécia e Canadá –

Na Grécia, um incêndio florestal foi registrado nesta segunda-feira em Kouvaras, 50 quilômetros a leste de Atenas, de acordo com os bombeiros da região.

As autoridades emitiram ordens de evacuação em várias áreas costeiras, em decorrência dos fortes ventos que aceleraram a propagação das chamas na parte sul da região de Ática.

Neste fim de semana, o país registrou temperaturas superiores a 44ºC. Em Atenas, a Acrópole permaneceu fechada durante os períodos mais quentes de sexta, sábado e domingo.

Nos Estados Unidos, os serviços meteorológicos destacam uma onda de calor “opressiva” no sul do país e preveem marcas recordes.

No famoso Vale da Morte, na Califórnia, um dos lugares mais quentes do planeta, a temperatura oficial atingiu 51°C no sábado.

Vários incêndios afetam o sul do estado e já destruíram mais de 3.000 hectares, além de provocarem evacuações da população.

Na Flórida, a cidade de Miami emitiu o primeiro alerta de “calor excessivo” em sua história.

Já no Canadá, mais de 10 milhões de hectares foram destruídos por incêndios desde o início do ano. Nesta segunda, 882 focos permaneciam ativos, incluindo 579 considerados fora de controle, de acordo com o Centro Canadense de Incêndios Florestais (CIFFC, na sigla em inglês). Dois bombeiros morreram no combate ao fogo.

– Recorde na China –

A China registrou a temperatura de 52,2 graus no domingo, na região de Xinjiang (oeste), um recorde para meados de julho, informou nesta segunda-feira o serviço meteorológico.

Xinjiang, o vasto território parcialmente desértico e que faz fronteira com vários países da Ásia Central, é geralmente a região mais quente da China durante o verão.

O Japão, por sua vez, emitiu alertas para temperaturas elevadas em 32 dos 47 municípios do país, com os termômetros próximos ao recorde absoluto de 41,1ºC, registrado em 2018.

“Está claro que o clima mudou. Antes, a temperatura [na cidade de Yamanashi, próxima a Tóquio] nunca havia chegado aos 30ºC. Agora chega facilmente”, lamentou Tomaya Abe.

O país ainda enfrenta chuvas torrenciais que já deixaram ao menos oito mortos.

Já na vizinha Coreia do Sul, 39 pessoas perderam a vida em decorrência das fortes chuvas dos últimos dias.

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