PARIS, 3 ABR (ANSA) – O presidente da França, Emmanuel Macron, enfrenta nesta terça-feira (3) o primeiro dia de uma série de greves intermitentes com duração prevista de três meses contra as reformas trabalhistas impostas por seu governo.   

Diversos funcionários da Sociedade Nacional de Ferrovias (SNCF, na sigla em francês) estão liderando o movimento, apoiados pelos setores de energia e coleta de lixo. Segundo a empresa, cerca de 48% dos funcionários do sistema estão em greve, o equivalente a 77% somente entre os condutores.   

Nesta manhã, a rede ferroviária da cidade foi severamente prejudicada. Na estação Paris Gare de Lyon, foram registradas cenas de pânico após milhares de pessoas se acumularem no local. Apenas um trem de alta velocidade (TGV) a cada oito estavam operando. Os sindicatos estimam que 4,5 milhões de usuários de trens na França devem ser prejudicados.   

Hoje é o primeiro dia de greve contra a reforma ferroviária de Macron, que visa o fim do estatuto exclusivo de aposentadorias, o fim da estabilidade no emprego e a extinção de benefícios, como bilhetes grátis de trem para toda a família. Além disso, o projeto quer encerrar o monopólio da companhia e abrir concorrência internacional, em acordo com a União Europeia (UE).   

A ideia é eliminar 120 mil dos 5,64 milhões postos de trabalho no setor público do país na tentativa de reduzir o déficit orçamentário para 3% do PIB.   

A última vez que um presidente e os sindicatos ferroviários protagonizaram um braço-de-ferro desta amplitude na França foi em 1995, em um protesto que paralisou o país e acabou por obrigar o então primeiro-ministro Alain Juppé a abandonar as reformas. (ANSA)