VATICANO, 1 OUT (ANSA) – A nova encíclica do papa Francisco não foi sequer publicada, mas já é alvo de críticas por causa de seu título, “Fratelli tutti” (“Todos irmãos”, em tradução livre).   

Segundo o presidente da organização reformista We Are Church (“Nós Somos a Igreja”), Colm Holmes, o nome da encíclica de Jorge Bergoglio é “sexista” e “exclui as mulheres”.   

“O papa Francisco foi eleito sete anos atrás, e suas primeiras palavras à imensa multidão em frente à Basílica de São Pedro foram: ‘Irmãos e irmãs, boa noite’. Então por que voltar agora a um antiquado ‘Todos irmãos’, que não inclui as ‘irmãs’?”, questionou.   

Um conselho de mulheres católicas também pediu ao Pontífice que ele inclua a palavra “irmãs” no título da encíclica. O documento foi inspirado na pandemia do novo coronavírus e deve trazer reflexões do Papa sobre a sociedade atual, com foco na fraternidade e nas relações sociais.   

“Essa é uma importante encíclica sobre a justiça social para nosso mundo pós-Covid. Mas, infelizmente, o papa Francisco está minando sua importante mensagem escolhendo um título sexista”, acrescentou Holmes.   

Desde o surgimento da pandemia, Bergoglio vem usando sua voz para destacar a importância de uma sociedade unida e preocupada com os mais vulneráveis, criticando o que sempre chamou de “cultura do descarte” – que exclui pessoas por fatores sociais ou econômicos.   

O líder da Igreja Católica também vem ressaltando a necessidade urgente de proteger o meio ambiente, como forma de garantir a sobrevivência da própria espécie humana.   

A nova encíclica será assinada pelo Papa no sábado (3), em Assis, na Itália, e publicada no domingo (4), Dia de São Francisco. (ANSA).