NA FILA Se Lula for alijado da eleição, Patrus Ananias pode ser candidato do PT à Presidência (Crédito:Valter Campanato)

Surgiu nos bastidores do PT em Brasília um novo nome para substituto de Lula na corrida sucessória, caso o ex-presidente seja alijado do páreo pela Justiça Eleitoral. Fala-se no nome do deputado federal mineiro Patrus Ananias. Ministro do Desenvolvimento Social durante os oito anos de governo Lula, ele foi o responsável pela criação e gestão do Bolsa Família e deixou excelente impressão entre os especialistas que se dedicam à área. Intelectual de formação católica, seguidor de pensadores como Jacques Maritain, G.K.Chesterton e Georges Bernanos, Patrus não está envolvido em nenhuma das denúncias que arrastaram o PT para o fundo do poço. Seria uma opção capaz de resgatar as raízes históricas de seu partido. É nisso que acreditam os petistas que apostam no seu nome.

Solidário

Procurado por ISTOÉ, Patrus Ananias, que também é Secretário Nacional de Agricultura do PT, não negou que seu nome tenha entrado na roda de possíveis substitutos de Lula, a exemplo de Jacques Wagner e Fernando Haddad. Mas disse que, no momento, está concentrado no julgamento do ex-presidente e trabalha pela reeleição à Câmara dos Deputados.

Tristão

O ex-ministro do MDS faz questão de ressaltar a influência católica em sua militância política. Conta que um
dos dias mais emocionantes de sua vida aconteceu aos 16 anos, quando morava em Bocaiúva e encontrou o escritor Alceu Amoroso Lima. Também conhecido como Tristão de Athayde, Alceu denunciou a censura e os crimes da ditadura militar

Invadiram o reduto de Renan

José Cruz/Agência Brasil

Na sexta-feira 19, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, foi a Alagoas inaugurar a pavimentação do trecho de 49 km da BR-316 entre Canapi (AL) e Inajá (PE). Desde 2009, a obra fazia parte das promessas de campanha do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) na região, porém nunca saiu do papel. Agora, ganhou vida, graças ao programa Avançar do governo Temer, ao qual Renan se opõe.

Rápidas

* Embora tenha anunciado que vai deixar o cargo em abril, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, está trabalhando a pleno vapor. Passou a última semana no Caribe, em agenda que começou no Haiti, depois pela República Dominicana e Cuba e terminou na Guiana Francesa.

* Pergunta que se faz em Brasília: se a agência Standard & Poor’s atribuiu o rebaixamento do Brasil, em parte, às incertezas políticas, por que acompanha impávida as loucuras de Donald Trump, acusado de insanidade?

* O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, está feliz da vida com o modelo de gestão a ser adotado na Cinemateca Brasileira. Uma organização social assumirá o órgão. “O modelo 100% estatal não dá conta do recado”, diz ele.

* O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, está feliz da vida com o modelo de gestão a ser adotado na Cinemateca Brasileira. Uma organização social assumirá o órgão. “O modelo 100% estatal não dá conta do recado”, diz ele.

Retrato falado

“Cabe decidir com independência ou seria melhor uma Justiça omissa e subserviente?” (Crédito:Urbano Erbiste)

A semana foi marcada por fortes ataques ao Judiciário feitos, por exemplo, pelo ex-presidente Lula e pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Maia disse que a Justiça está desorganizando o Brasil, o que gerou reação firme do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal, responsável pelas ações da Lava Jato no Rio de Janeiro. Ele lembrou que há muitas suspeitas de irregularidades praticadas por agentes públicos e que o Judiciário atua dentro de suas atribuições.

Bateu, levou

O criminalista Alberto Toron discutiu com o procurador Athayde Ribeiro Costa durante audiência da Lava Jato em Curitiba, na terça-feira 16. Por orientação de Toron, o ex-presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, recusou-se a responder as perguntas do Ministério Público Federal. Athayde acusou “fuga covarde ao contraditório, deslealdade e falta de dignidade” da defesa. Toron revidou: “É lamentável que um agente público concursado se permita tamanhas ofensas.

É direito da defesa escolher quais perguntas o réu deve responder”. O juiz Sérgio Moro apaziguou os ânimos – “vamos prosseguir apesar das declarações ferinas” – e seguiu com o depoimento de Bendine.

Toma lá dá cá

Marco Feliciano, deputado federal (PSC-SP) (Crédito:André Dusek)

Como o senhor avalia a aproximação do presidente Michel Temer com os evangélicos?
Sabendo que nosso país hoje vive uma fase conservadora, nada melhor que o presidente se aproximar daqueles que representam a grande liderança dessa vertente. Entretanto, isso influencia um pouco ou quase nada, porque os deputados evangélicos que atuam na Câmara são independentes.

Até que ponto a bancada evangélica está disposta a apoiar a reforma da Previdência?
Nós não temos uma bancada. Temos uma frente. É diferente. Bancada tem o pensamento de partido, mas frente não. Cada um vota do jeito que quer. Ainda não conversamos sobre o assunto. A grande maioria dos deputados com que conversei quer votar contra a reforma hoje do jeito que ela está.

O senhor acredita que a frente evangélica deve aumentar nessas próximas eleições?
Sim. Esse é o nosso desejo. Com assinaturas, a frente evangélica tem 197 deputados. Mas evangélicos efetivos são somente 90. Desde 2010, a frente teve um salto grande. A projeção é aumentar uns 20%.

Acorrentado

A imagem do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, chegando ao IML de Curitiba para exames de corpo de delito na sexta-feira 19, com as mãos algemadas e uma corrente nos pés, é o retrato mais bem acabado da sua decadência. A ida para Curitiba, por decisão do juiz Sergio Moro, acaba com a vida de mordomias que Cabral recebia na Cadeia de Benfica no Rio.

Desequilibrada

Ao rebater uma fala da ex-presidente Dilma, que o chamou de “superficial e inconseqüente”, o senador Aécio Neves jogou pesado. “Impressiona o descompasso e o desequilíbrio dessa senhora, que transformou o cargo de presidente numa chacota nacional”. E arrematou; “Há muito caiu a máscara do governo dela, reconhecido pelos brasileiros como o mais corrupto da história”.

 

 

Requião vai tentar de novo

Marcos Oliveira

O senador Roberto Requião (PMDB) pretende concorrer ao governo do Paraná em vez de buscar a reeleição ao Senado. Com isso, ele corre sério risco de terminar o ano sem mandato. Apesar de ter sido governador três vezes, Requião anda em baixa. Disputou o cargo em 2014, mas sequer chegou ao segundo turno.