A nova aliança de direita do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, com a qual ele aspira a se tornar a força dominante da extrema direita no Parlamento Europeu, alcançou neste sábado (6) os apoios necessários para se constituir como grupo na Eurocâmara.

O líder ultraconservador, cujo país assumiu a presidência semestral da União Europeia na segunda-feira, anunciou em 30 de junho sua intenção de formar um novo grupo parlamentar chamado “Patriotas pela Europa”, prometendo “uma nova era” que “mudará a política europeia”.

Orbán fez o anúncio em Estrasburgo ao lado do Partido Liberdade (FPOe), formação austríaca de extrema direita, e do movimento centrista Aliança de Cidadãos Descontentes do ex-chefe de governo checo Andrej Babis.

Desde então, outros cinco partidos disseram que se uniriam ao grupo, incluindo o Partido pela Liberdade (PVV) do holandês Geert Wilders, e os partidos de extrema direita português Chega e espanhol VOX.

Com o anúncio neste sábado da entrada na aliança do dinamarquês Partido Popular e do partido de extrema direita flamengo Vlaams Belang, o “Patriotas pela Europa” alcança o apoio de partidos de sete países, o número necessário para ser reconhecido como grupo parlamentar na Eurocâmara.

Orbán indicou que haverá uma reunião na segunda-feira em Bruxelas com os partidos que compõem o novo grupo.

Segundo o primeiro-ministro húngaro, a decisão do partido de extrema direita francês Reagrupamento Nacional (RN) de se juntar à aliança será conhecida após o segundo turno das eleições legislativas na França neste domingo.

A Liga do italiano Matteo Salvini também manifestou interesse no novo movimento, mas ainda não confirmou sua participação.

Viktor Orbán tem criticado há muito tempo as “elites de Bruxelas”. Seu partido Fidesz está entre os não filiados no Parlamento Europeu desde que deixou o grupo de direita Partido Popular Europeu (PPE) em 2021, em meio a acusações de retrocesso democrático na Hungria.

Com a formação do “Patriotas pela Europa”, Orbán pretende se tornar a principal força da extrema direita na Eurocâmara e expressar uma visão contrária ao apoio europeu à Ucrânia diante da invasão russa, contra “a imigração ilegal” e a favor da “família tradicional”.

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