‘Nós vamos vencer’, diz Michelle após Moraes determinar vigilância 24h de Bolsonaro

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A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro Foto: Divulgação/PL

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) se manifestou nas redes sociais nesta terça-feira, 26, após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que determinou uma vigilância policial ostensiva na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está em prisão domiciliar e é monitorado por tornozeleira eletrônica.

Em uma publicação no Instagram, Michelle escreveu que o “desafio” de resistir à “perseguição”, lidar com as incertezas e “suportar as humilhações” tem sido enorme. “Nós vamos vencer. Deus é bom o tempo todo e nós temos uma promessa. […] Hoje eu declaro: o Brasil pertence ao Senhor Jesus!”, postou a ex-primeira-dama.

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O reforço policial autorizado nesta terça-feira faz parte do inquérito que investiga Bolsonaro e a ofensiva ao STF e ao Congresso, com apoio do presidente americano Donald Trump. O pedido de reforço na residência do réu teve como origem um ofício do líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), à Polícia Federal.

O parlamentar citou a proximidade entre o condomínio fechado em que a família Bolsonaro mora em Brasília e a Embaixada dos Estados Unidos. O documento destaca que o consulado fica “a aproximadamente dez minutos de seu domicílio”, o que permitiria que o ex-presidente pedisse “asilo político” e, assim, pudesse “frustrar o cumprimento da ordem judicial”.

O ofício levou a PF a solicitar monitoramento complementar para o réu e teve referendo da PGR (Procuradoria-Geral da República). O policiamento na casa de Bolsonaro será feito pela Polícia Penal do Distrito Federal, em parceria com a PF, “sem constrangimentos” para o alvo, familiares e vizinhos. A defesa do ex-presidente negou na última semana que ele tenha desobedecido as ordens restritivas impostas por Moraes.

A medida foi tomada a uma semana do início do julgamento por tentativa de golpe de Estado. O pano de fundo é outra decisão ainda a ser assinada por Moraes, que pode decretar a prisão preventiva do ex-presidente por descumprimento de ordens judiciais.

A Procuradoria Geral da República tem prazo aberto e vai responder ao STF se houve crimes de Bolsonaro na recente escalada de ataques ao processo, revelada na última semana no indiciamento da Polícia Federal. Com os policiais na porta de casa do ex-presidente, Moraes receberá nos próximos dias a manifestação da PGR sobre a possibilidade de preventiva para o réu.

O indiciamento dos Bolsonaro

ex-presidente e seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), foram indiciados em um inquérito que apura a atuação de ambos para obstruir a Justiça na investigação de uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, pela qual Jair é réu no STF e pode ser condenado a até 43 anos de prisão. Ambos foram indiciados por coação no curso do processo e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

O inquérito investiga a ida de Eduardo para os Estados Unidos, em março de 2025, com o objetivo declarado de articular reações da Casa Branca à atuação do ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos contra o pai na corte.

Desde que o deputado licenciado está em solo americano, o presidente Donald Trump impôs tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros enviados ao país, revogou vistos de Moraes e aliados e enquadrou o magistrado na Lei Magnitsky. O ex-presidente entrou no processo após financiar a ida do filho para o exterior.

*Com informações do PlatôBR