O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) ganhou de seu rival Fernando Haddad (PT), no segundo turno das eleições 2018, por 54 votos de diferença no município mais remoto do Amazonas – Guajará, com 16,4 mil habitantes, situada a 1.450 quilômetros da capital Manaus, extremo sudoeste do Estado.

De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas, Guajará é a mais distante localidade entre um polo de armazenamento de urnas eletrônicas – neste caso, a de Manaus – e a sede do município.

A cidade, à margem esquerda do rio Juruá, é uma das três onde o candidato do PSL conquistou maioria de votos no Amazonas.

Além de Guajará, Bolsonaro venceu também em Apuí e Manaus.

A votação na capital foi decisiva para o presidente eleito garantir a vitória no Estado: dos 885.189 votos que recebeu (considerando 99,97% das urnas apuradas), 686.999 saíram de Manaus.

Missão amazônica

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Em alguns Estados, garantir o direito ao voto direto exige uma verdadeira missão logística. No caso do Amazonas, por exemplo, o transporte das urnas eletrônicas em barcos até às Zonas Eleitorais supera as nove horas.

De acordo com o TRE do Amazonas, alguns locais são inacessíveis por rodovias e rios, de forma que aviões, helicópteros e aviões anfíbios, que pousam na água, são utilizados nas missões. Um total de 43 comunidades, com aproximadamente 16.500 eleitores, teve o acesso garantido por esses meios.

Na região amazônica como um todo, uma dificuldade climática se soma às dificuldades recorrentes. O regime de águas na Amazônia atinge o nível mais baixo neste período do ano, fazendo com que rios fiquem não navegáveis, aumentando as distâncias.


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