Nós “o apoiamos” na luta contra os corruptos, disse, nesta segunda-feira (25), a vice-presidente americana, Kamala Harris, ao presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo, na Casa Branca, onde ambos falaram da migração irregular.

O governo do presidente Joe Biden espera que a chegada de Arévalo ao poder, em janeiro, permita estreitar os laços bilaterais através de uma relação baseada na “transparência e franqueza”, afirmou Harris.

Este “momento histórico nas relações entre nossos dois países” reflete “o que acreditamos que será um forte apoio contínuo dos Estados Unidos”, afirmou Arévalo, consciente das “grandes expectativas” da comunidade internacional em seu mandato.

Washington confia em que o dirigente progressista o ajude em sua política migratória, muito criticada pelos republicanos.

Segundo a patrulha fronteiriça americana, cerca de 130.000 guatemaltecos cruzaram uma ou mais vezes a fronteira com o México sem visto de outubro até o fim de fevereiro. No total, interceptou migrantes mais de 1,15 milhão de vezes durante este período.

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Os Estados Unidos também têm esperança na luta anticorrupção prometida por Arévalo.

“A corrupção corrói a confiança na democracia”, é “um impedimento para o investimento americano” e “fortalece as organizações criminosas e perpetua a violência, todos fatores que impulsionam as pessoas a deixarem seu país de origem”, afirmou a vice-presidente.

“Nós o apoiamos em exigir responsabilidades aos corruptos e promover a boa governança”, acrescentou.

Como demonstração de apoio, Harris anunciou uma série de medidas para o país centro-americano, que em abril vai sediar uma cúpula regional sobre migração.

Ela se comprometeu “a proporcionar US$ 170 milhões de dólares adicionais em ajuda ao desenvolvimento, à economia, à saúde e à segurança”.

Em maio, será ampliado o programa Corpo de Serviços Centro-americano (CASC), que oferece oportunidades de voluntariado, formação e emprego na Guatemala a milhares de jovens por ano que correm o risco de emigrar.

Washington também dará assistência técnica às reformas do governo, implantará um programa para promover o comércio de têxteis e apoiará as mulheres guatemaltecas e os indígenas, assim como as energias limpas e tecnologias agrícolas.

A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) implementará um novo programa de Conservação da biodiversidade, concentrando-se na Reserva da Biosfera Maia, a Reserva da Biosfera Sierra de las Minas e áreas da costa do Pacífico.

– ‘Do dia para a noite’ –

Arévalo e Harris também assistem, esta tarde, a uma reunião da Centro-América Adiante, uma aliança público-privada que aborda as causas da migração na Guatemala, El Salvador e Honduras.

Até agora, esta organização mobilizou mais de 5,2 bilhões de dólares (cerca de R$ 26 bilhões), incluindo mais de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões) anunciados nesta segunda pela Casa Branca.

“Os problemas não surgiram do dia para a noite e as soluções não serão alcançadas do dia para a noite”, afirmou a vice americana, a quem Biden encarregou a difícil tarefa de diminuir a migração irregular.

Arévalo também é consciente do gigantesco trabalho que tem pela frente.

“Muitos dos prolemas que enfrentamos são estruturais, de longa data e não podem ser resolvidos no curto prazo, nem sem o apoio e a cooperação dos Estados Unidos e outros parceiros internacionais chave”, afirmou.

O presidente Arévalo chegou no domingo a Washington, onde se reuniu com a comunidade guatemalteca. Ele vai partir na quarta-feira depois de, entre outros compromissos, discursar na sede da Organização dos Estados Americanos (OEA).

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