Na esteira das turbulências que resultaram na quebra de pelos menos três bancos regionais nos Estados Unidos, reguladores americanos confirmaram, nesta quinta-feira, 27, um conjunto de propostas que endureceria as exigências de capital e liquidez sobre o setor. As medidas são avaliadas pela Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), em parceria com Federal Reserve (Fed) e o Escritório do Controlador da Moeda (OCC, na sigla em inglês).

Durante reunião aberta nesta quinta, dirigentes da FDIC informaram que as normas se aplicariam apenas às instituições com mais de US$ 100 bilhões em ativos e com “significativa” atividade de negociações nos mercados. Atualmente, as diretrizes mais rígidas valem principalmente para bancos de porte muito robusto, com mais de US$ 700 bilhões em ativos.

Entre os principais pontos das propostas, os reguladores querem impedir que os bancos usem modelos próprios para definir as obrigações mínimas de capital a que estão sujeitos. Para autoridades, esse foi um dos principais aspectos que levaram ao colapso do Silicon Valley Bank (SVB), que teria aproveitado brechas na regulação para omitir os problemas.

O presidente da FDIC, Martin Gruenberg, informou que as novas normas exigiram ainda que bancos com mais de US$ 100 bilhões em ativos incluam as perdas não realizadas nos cálculos regulatórios. Segundo ele, as propostas são consistentes com as reformas de Basileia III e visam melhorar a resiliência do setor bancário.