Nora de Bolsonaro será funcionária do Senado com salário pago por governo Lula

A servidora federal concursada Martha Seiller, uma das noras do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi cedida pelo governo Lula para trabalhar no gabinete da minoria do Senado, porém com o salário pago pelo Poder Executivo.

Martha Seiller é companheira do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ). Segundo a portaria assinada pela secretária-executiva do Ministério da Gestão e Inovação, Cristina Kiomi Mori, divulgada no DOU (Diário Oficial da União) na segunda-feira, 16, a servidora foi cedida para atuar no gabinete chefiado pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro de Bolsonaro e atual líder da minoria no Senado.

Conforme o ato, “o ônus pela remuneração” de Martha “é do órgão cedente”. Ou seja, ela segue recebendo salário do governo federal, mesmo trabalhando no Senado, mais uma parte da remuneração do cargo comissionado.

Ela assumirá o cargo de “assistente parlamentar júnior AP-09”, cujo salário bruto regular é de R$ 9,3 mil, mas Martha deve receber cerca de R$ 6 mil.

O site IstoÉ procurou o governo federal para comentar o caso, mas não obteve resposta até o momento.

Quem é a nora de Bolsonaro?

Martha é economista e atuou como presidente da Infraero entre os anos de 2018 e 2019, período que abrangeu os governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro. Depois, assumiu o cargo de secretaria do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) do Ministério da Economia.

Em maio de 2022, foi indicada como diretora executiva do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) pelo então ministro da Economia, Paulo Guedes, e deixou o posto em julho de 2023, durante o governo Lula.

Como servidora concursada, Martha recebe R$ 29,8 mil brutos, segundo dados do portal da transparência. Devido aos descontos, o salário líquido é de R$ 22,4 mil.