Nova Délhi, 3/6 – O regime de chuvas na Índia, visto pelo governo local como um dos principais drivers de inflação no país, pode não ser tão determinante quanto se pensa, afirma o banco Nomura em relatório. Mais relevante para o controle da inflação do que torcer para que ocorram precipitações, o banco aponta para o sistema de preços mínimos pagos aos produtores como um fator mais objetivo e de maior relevância. Neste ano, a expectativa do governo é de que as chuvas de monções sejam 6% acima do normal. Na quarta-feira, 1º de junho, o governo anunciou os preços mínimos pagos aos produtores de alimentos essenciais, com alta inferior a 10%. Em outros anos, quando produtores precisavam de mais incentivo, o governo chegou a elevar em 15% os preços mínimos, aumentando a inflação no país. Nesta semana, o arroz teve alta de 4,3%, para US$ 21 por 100 quilos, ligeiramente acima dos 3,7% de alta em 2015 e 3,8% em 2014, porém muito abaixo dos 15,7% de 2012. “O governo demonstra que está mais compromissado com a economia do que com medidas populistas”, afirma Sonal Varma, analista do Nomura. Os alimentos no sistema de preço mínimo, que incluem arroz, trigo, óleos e leguminosas, compõem cerca de 7,3% do indicador de preços, de modo que “o avanço dos preços mínimos tem um impacto significativo na inflação”, afirma o Instituto Nacional de Finanças e Políticas Públicas do país. Alguns tipos de lentilha, entretanto, tiveram os preços mínimos elevados em 9,2%, acima dos 6,3% verificados no ano anterior, mas o impacto pode ser limitado já que o produto representa apenas 1% da produção total. A Associação dos Processadores de Soja da Índia anunciou nesta sexta-feira que reduziu sua estimativa de produção da oleaginosa no país. A expectativa era de que fossem produzidas 7,4 milhões de toneladas, porém a falta de chuvas e menor disponibilidade de água fez com que a Associação cortasse a projeção para 6,9 milhões de toneladas. Se o recuo for confirmado, é possível que a Índia aumente a importação de óleos comestíveis e reduza a exportação de farelo de soja. A semeadura da soja, geralmente, é iniciada na terceira semana de junho e se encerra no fim de julho. Fonte: Dow Jones Newswires.