Você, leitor amigo, sabe muito bem que o Brasil e o mundo vivem, desde o final de 2019, uma crise sanitária sem precedentes; a pandemia do novo coronavírus (SARS-COV 2).

Você também deve saber que ainda não há uma cura para a doença que o patógeno causa: a COVID-19. Bem como, que ainda não há drogas eficazes para o seu tratamento.

Como você não é maluco, ignorante nem muito menos alienado, sabe que a única maneira de prevenção contra o contágio é se isolar completamente do mundo ao seu redor.

Porém, como isso é impossível – para você e para a maioria absoluta das pessoas -, o jeito é evitar aglomerações, manter o máximo de distanciamento social e usar máscara.

Você também conhece as regras básicas de higiene, como lavar sempre – e bem! – as mãos, usar álcool em gel e jamais espirrar ou tossir sem cobrir a boca e o nariz.

Tenho certeza que não é novidade alguma para você, que essa doença é como uma espécie de roleta-russa: a mortalidade é baixa, mas não há parâmetro ou padrão fixo.

Os idosos e doentes crônicos são, sim, mais afetados e correm mais risco de morte, mas não é incomum casos graves e óbitos em adultos jovens, adolescentes e crianças saudáveis.

O vírus é altamente contagioso e sua transmissão se dá, majoritariamente, pelo contato direto entre uma pessoa contaminada e uma outra ainda suscetível, ou seja, sem imunidade.

SEGUNDA ONDA

Como era esperado, já que sabido e avisado, após as festas de fim de ano e o carnaval, um número recorde de novos casos e de mortes estão ocorrendo em todos os estados.

Também como dito e repetido à exaustão, chegaríamos em um momento em que, na falta de medidas de contenção, a rede hospitalar não suportaria e entraria em colapso.

Não só não haveria disponibilidade de leitos, sobretudo de UTI, nas redes pública e privada, como faltaria mão de obra especializada: enfermeiros, médicos e outros profissionais.

Estamos no terceiro mês do ano, décimo-segundo desde o primeiro caso no País, com quase 11 milhões de contaminados, 10 milhões de recuperados e cerca de 260 mil mortos.

A esperança brasileira – e mundial – reside nas centenas de vacinas em desenvolvimento pelo mundo; algumas (exatamente seis) em pleno processo de produção, distribuição e uso.

HOMICIDAS

Infelizmente, por uma vasta série de motivos, como ignorância, negacionismo, obscurantismo, psicopatia, loucura, má-fé, estupidez, omissão e incompetência, não as temos no País.

Para piorar, os responsáveis pela escassez de vacinas no Brasil são os mesmos que, dia sim, outro também, fazem de tudo para espalhar a doença e aumentar o número de mortos.

Eles incentivam e promovem aglomerações; indicam falsos tratamentos e falsos remédios (e pior, os distribuem); e pregam contra as medidas sanitárias, como o uso de máscaras.

Estes homicidas também conspiram abertamente contra a ciência e a medicina, e mentem de forma vil e espalham notícias falsas. Além, é claro, de impedirem a imunização em massa.

BOLSONARO

Essa turba conta com muitos participantes – alguns involuntários, coitados, por mera falta de capacidade intelectual ou mesmo inocência -, mas há um em especial, o principal, o líder.

Nome: Jair. Sobrenome: Bolsonaro. Ocupação: Presidente da República. Objetivo: tentar te matar! Sim, meu caro, minha cara, estou dizendo que este senhor tenta te matar.

Como? Bem, primeiro te incentivando a não ficar em casa e a se aglomerar, de preferência, sem usar máscara. Ele também te desafia, mexe com seus brios e te chama de maricas.

Mais? Pois não. Ele recomenda que você enfrente o vírus de peito aberto, como um homem, e não como um moleque. E cita dados falsos e pesquisas mentirosas para te convencer.

Mas não só. Ele semeia dúvidas quanto à eficácia e segurança das vacinas que não comprou, e que fez o máximo para impedir que chegassem ao Brasil. Mas, calma! Tem mais.

Seu (des)governo eliminou leitos de UTI por todo o País. Sim, eliminou leitos de UTI. Não se importou com a falta de oxigênio no Amazonas e nem com o abastecimento de seringas e agulhas.

Diante de milhares de mortes, disse coisas hediondas e odiosas, tais como: “e daí? Não sou coveiro. Se morrer, morreu. Chega de mimimi”, além de palavrões impublicáveis.

Falas assim banalizam a morte e minam o moral da população. Cansados, desempregados, tristes, com medo, sem renda, com tudo absurdamente “bolsocaro”, o povo acaba se entregando.

Morrer, afinal, passa a não ser tão mau negócio assim. “A falta é a morte da esperança”, ensinou o cantor e compositor Nando Reis, na sua bela canção “Por onde Andei”.

ENCERRO

Desde o começo, este senhor, a quem apelidei de verdugo do Planalto, devoto da cloroquina e maníaco do tratamento precoce, investiu no caos, na doença e nas mortes.

Primeiro, tratou a doença como uma gripezinha, um resfriadinho. Depois, previu menos mortes que a H1N1 (“teremos aí oitocentas e poucas mortes, se muito”). E nunca mais parou…

Em abril do ano passado, anunciou o início do fim da pandemia. Voltou a fazê-lo em novembro, e em dezembro declarou que a “segunda onda” era uma conversinha.

Tudo mais o que fez – e o que deixou de fazer – está pormenorizado e didaticamente explicado acima, neste longo texto, parágrafo por parágrafo, linha por linha, palavra por palavra.

Por isso vos aviso e repito: cuidado! Jair Messias Bolsonaro, o atual presidente da República tenta desesperadamente te matar. Há um ano, ele não passa um único dia sem tentar.

Como presidente, ele pode muito, mas não pode tudo. Entre a vida e a morte, caro leitor, cara leitora, há as nossas próprias escolhas; há o tal do livre arbítrio. Isso, ninguém nos tira.

Portanto, façam (bom) uso da sua liberdade de escolha. Pensem em si e nos seus familiares e amigos queridos. Não guiem suas vidas pelo que diz um mitômano insano e psicopata.

Sabem o ditado: “faça o que digo, mas não faça o que faço”? Pois é. No caso de Bolsonaro, o amigão do Queiroz, sugiro que não façam o que ele diz, e muito menos o que ele faz.

Enquanto nós choramos nossos mortos, o marido da receptora de cheques de milicianos está se lambuzando com leite condensado, à beira da piscina de uma certa mansão de 6 milhões de reais, de um tal Flávio Bolsonaro, o senador das rachadinhas.