Noboa afasta seis ministros após derrota em referendo no Equador

O presidente do Equador, Daniel Noboa, afastou de seus cargos seis dos 17 ministros de seu gabinete, após a derrota no referendo sobre o retorno de bases militares estrangeiras, segundo um comunicado nesta terça-feira (18).

O presidente sofreu um duro e inesperado golpe no domingo, quando a maioria dos equatorianos rejeitou um referendo para o retorno de tropas militares estrangeiras proibidas desde 2008, a redação de uma nova Constituição, o fim do financiamento estatal aos partidos políticos e a redução do número de congressistas.

A Presidência informou que Noboa afastou de seus cargos os ministros do Trabalho, Saúde, Agricultura e Educação, enquanto os de Governo e Desenvolvimento Humano foram realocados para outras pastas. Ele também nomeou um novo titular para a Secretaria de Riscos.

O presidente “determinou uma série de ajustes no gabinete” com o “objetivo de fortalecer a gestão pública”, afirmou, sem dar mais explicações.

Noboa, no poder desde 2023, acumulava três vitórias eleitorais seguidas, duas presidenciais e outro referendo.

Com a consulta de domingo, buscava endurecer sua guerra contra o crime organizado com o apoio dos Estados Unidos.

Especialistas consultados pela AFP afirmam que a inesperada derrota revelou um desencanto e rejeição às condutas consideradas autoritárias do presidente.

Zaida Rovira deixou o Ministério do Governo, responsável pela política interna, para assumir a pasta de Desenvolvimento Humano, cujo titular, Harold Burbano, passou ao Ministério do Trabalho.

Segundo a Presidência, essas nomeações buscam reforçar a gestão do Executivo “para atender às necessidades do país”.

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