ROMA, 22 NOV (ANSA) – O físico teórico italiano Giorgio Parisi, vencedor do Nobel de Física em 2021, criticou nesta segunda-feira (22) a difusão de tendências “anticientíficas” na sociedade, como astrologia, homeopatia e os movimentos contra vacinas.   

A declaração foi dada durante a inauguração do ano acadêmico na Universidade La Sapienza, em Roma, onde Parisi é professor emérito. “Existem fortes tendências anticientíficas na sociedade atual, e o prestígio e a confiança na ciência estão diminuindo rapidamente”, alertou o físico.   

Em seguida, ele disse que, ao lado de um “voraz consumismo tecnológico”, estão se “difundindo amplamente as práticas astrológicas, homeopáticas e anticientíficas”. “Basta ver o exemplo dos antivax”, acrescentou Parisi, em referência aos grupos que fazem protestos semanais na Itália contra o certificado sanitário anti-Covid do governo.   

Segundo Parisi, é necessário aumentar a consciência na população sobre o que é a ciência para “afirmá-la como cultura”. “Temos o dever de promover uma cultura baseada nos fatos e impedir que se dissemine uma pseudociência. Não basta entender, encontrar o caminho, é preciso também saber comunicar”, disse.   

O italiano conquistou o Nobel de Física em 2021 com o meteorologista japonês Syukuro Manabe e o oceanógrafo alemão Klaus Hasselmann. De acordo com a Real Academia de Ciências da Suécia, Parisi foi premiado por sua “descoberta da interação entre desordens e flutuações em sistemas físicos, de escalas atômicas até planetárias”.   

Já Manabe e Hasselmann foram laureados por seus modelos para compreender e simular o clima na Terra e por seus trabalhos sobre como a atividade humana, em especial a emissão de dióxido de carbono (CO2), eleva a temperatura no planeta.   

Recentemente, em audiência na Câmara dos Deputados da Itália, Parisi disse também que os governos não estão “à altura” da luta contra a crise climática”.   

“Já faz décadas que a ciência nos alertou que os comportamentos humanos estão colocando as bases para um aumento vertiginoso da temperatura no nosso planeta”, afirmou na ocasião. (ANSA).