O prêmio Nobel da Paz e ex-arcebispo anglicano sul-africano Desmond Tutu comemorou nesta sexta-feira seus 85 anos na Cidade do Cabo, ocasião em que aproveitou para defender, diante da imprensa, o direito ao suicídio assistido, para ele e para outras pessoas no fim de suas vidas.
“Eu me preparei para a morte e disse claramente que não queria que me mantivessem vivo a qualquer preço”, escreveu em artigo publicado no jornal americano Washington Post.
“Espero que me tratem com compaixão e espero ter o direito de entrar na próxima fase da viagem da vida da forma que desejo”, acrescentou Tutu.
“Por que tantos são obrigados a suportar terríveis sofrimentos contra sua vontade?”, questionou.
Há dois anos, o ex-arcebispo já havia se posicionado a favor do suicídio assistido em um artigo no jornal britânico Guardian, no qual denunciou a obstinação em manter vivo o seu amigo e ex-presidente Nelson Mandela, morto em 2013 aos 95 anos.
Desmond Tutu foi hospitalizado duas vezes nas últimas semanas por uma infecção recorrente ligada a um tratamento contra o câncer de próstata que sofre há 20 anos.