Quando subir no octógono do UFC 239 neste sábado, em Las Vegas, Thiago Marreta estará dando um passo enorme na carreira. Ele vai enfrentar Jon Jones, campeão dos meio-pesados e considerado um dos maiores lutadores de todos os tempos – o card principal tem previsão para começar às 23h. Apesar do favoritismo do norte-americano, o brasileiro sabe que é a chance de sua vida. “É uma disputa de cinturão, a luta mais importante da minha carreira”, comentou.

Aos 35 anos, o atleta nasceu no Rio de Janeiro e começou a praticar capoeira com 8 anos. “Ela foi muito importante e no início me ajudou bastante. Os meninos da rua estavam fazendo capoeira e quis fazer também. Foi coincidência”, contou o lutador, que depois foi para o muay thai e se aproximou cada vez mais do MMA (artes marciais mistas).

“Eu cheguei a fazer uma luta amadora de MMA, venci, gostei e comecei a trabalhar para isso”, explicou Marreta, que estreou no final de 2010 em competições menores, até ser contratado pelo UFC após sua participação no The Ultimate Fighter: Brasil 2, um reality show de lutadores. Em agosto de 2013, estreou no UFC com derrota para Cezar Mutante por finalização.

Depois disso, teve 10 vitórias e quatro derrotas, mas chamou bastante atenção por causa de sua facilidade para nocautear os adversários. Acabou assumindo um desafio ainda maior ao subir de categoria, deixando os médios e indo para os meio-pesados. Estreou no novo peso contra Eryk Anders e não apenas venceu, convenceu.

O combate foi considerado luta da noite e ele ganhou um bônus em dinheiro, chamando ainda mais a atenção de Dana White, o presidente do UFC. Depois, repetiu a dose duas vezes, contra Jimi Manuwa e Jan Blachowicz, ganhando ambas por nocaute e recebendo o bônus de performance da noite. Foi assim que ele construiu sua trajetória para enfrentar o poderoso Jon Jones.

“Eu me sinto melhor lutando entre os meio-pesados, pois não preciso fazer uma dieta tão rígida antes das lutas”, comentou Marreta, que ganhou o apelido por causa de seu estilo no octógono. “Isso veio por causa da minha maneira de lutar, por causa dos meus nocautes”, explicou o atleta, que vinha treinando nos Estados Unidos.

O desafio será grande porque Marreta vai enfrentar um lutador que tem um cartel incrível de 24 vitórias e apenas uma derrota, para Matt Hamill, quando acabou desqualificado por aplicar cotoveladas ilegais. Ele também tem um resultado não computado. Na ocasião, nocauteou Daniel Cormier, mas falhou no teste antidoping e acabou perdendo o resultado.

“Ele é um lutador que dispensa comentários. Com certeza é um dos melhores, muito talentoso, mas venho me preparando para isso. Tenho treinado de tudo, pois o Jon Jones sabe finalizar, nocautear, então preciso estar preparado. É uma luta que pode ser que se alongue, um combate importante, de cinco rounds, então não tem margem para erros. Acho que terá muito estudo dos dois lados, mas sei que tenho de vencer o Jon Jones para ser campeão”, disse.

Além de Marreta, outra brasileira protagonista no UFC 239 é a campeã Amanda Nunes, que colocará seu cinturão do peso galo em disputa contra Holly Holm – ela também é dona do título dos penas. “Eu conquistei o cinturão, tenho de continuar defendendo meu título e fazendo história. Eu quero defender o meu cinturão de cima (penas). Nunca no UFC alguém defendeu os dois títulos e eu vou ser a primeira a fazer isso. Mas meu foco agora é na Holly, depois penso nisso”, afirmou a lutadora, que terá a companhia no card preliminar de Claudia Gadelha, que encara Randa Markos.