A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) saiu em defesa do presidente Jair Bolsonaro, acusado pela oposição de estar “obstruindo a Justiça”, por ter declarado, em entrevista, que “pegou” os áudios das ligações realizadas entre a portaria e as casas do condomínio Vivendas da Barra, segundo ele, “antes que (os áudios) fossem adulterados”.

Em seu Twitter, a deputada afirmou “tirar cópia de documentos que provem a inocência de alguém não é nada mais do que o exercício regular da defesa, direito fundamental de qualquer cidadão”. E emendou: “‘obstrução de justiça’ é destruir ou ocultar provas, e não tirar cópia delas. Esquerdistas, vocês são burros?”.

Por causa da declaração do presidente Bolsonaro, os líderes da Oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), e no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), anunciaram que irão entrar com uma representação na Procuradoria Geral da República por obstrução de Justiça.

Para eles, o presidente Bolsonaro confessou ter se apropriado de provas relacionadas às investigações do assassinato da vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL) e Anderson Gomes. Os líderes disseram também que pedirão que seja determinada a devolução do material que Bolsonaro se apropriou ilegalmente e que todo o conteúdo seja periciado.

Em outra postagem no próprio Twitter, Carla Zambelli disse ainda que “Carlos Bolsonaro nem sequer tirou cópia, simplesmente reproduziu os áudios e filmou a tela do computador”, se referindo ao filho “02” do presidente, que é vereador pelo Rio. De acordo com a deputada, Bolsonaro, “agiu, portanto, no estrito direito de defesa contra uma acusação asquerosa” e acrescentou que “as provas continuam lá, inalteradas no computador”.

O próprio Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) veio a público no Twitter comentar o caso. Para ele, “o (sic) mídia podre está toda unida em torno de mais uma narrativa boçal, ignorando os verdadeiros criminosos e forçando uma atmosfera de ruminantes espalhando achismos e boçalidades. Forçam uma imbecilidade se tornar um fato político em prol do sistema corrupto! Isso é Brasil!”.