Billie Eilish está mais feliz que nunca — e isso não é apenas uma referência ao seu álbum mais recente, Happier Than Ever. No sábado 19, a cantora de apenas 20 anos atingiu o ápice do sucesso ao estrear no palco do Madison Square Garden, em Nova York, uma das arenas mais prestigiosas do planeta. Os dois shows com ingressos esgotados marcaram o retorno da artista após dois anos de um jejum forçado pela pandemia. O público não se arrependeu: Billie presenteou os fãs com uma performance triunfante.

Ao lado dela, apenas o baterista, Andrew Marshall, e seu irmão, produtor e parceiro, o multi-instrumentista Finneas. Desde a introdução já se notava que a apresentação seria impactante: em meio a uma explosão de luz, Billie surpreendeu a todos ao ser lançada de um alçapão localizado sob a estrutura. Os primeiros acordes de Bury my Friend sinalizaram o que seria predominante na noite: uma multidão de 20 mil fãs cantando sem parar ao longo de 90 minutos de show.

É possível imaginar que um palco enorme com apenas três pessoas pudesse ficar vazio. Nada disso: cubos suspensos e projeções em alta definição criavam cenários modernos e coloridos, ocupando o ambiente. O design minimalista da produção colocou ênfase na cantora e na música, valorizadas por uma curadoria impecável de clipes e belas imagens digitais. “Somos todos iguais”, anunciou, para os fãs nas arquibancadas distantes. No momento acústico, voz e violão, Billie e Finneas hipnotizaram a plateia com Your Power, que ela considera sua maior realização como compositora. Em Getting Older, chorou ao ver a montagem com fotos de sua infância no telão. “Assistir a essas imagens em pleno Madison Square Garden é demais para mim”, emocionou-se. O show terminou após seu maior hit, Bad Guy, com chuva de confete caindo do teto. Apesar de continuar fiel a seu look “muleca”, com shorts de ginástica, camiseta larga e chiquinhas no cabelo, Billie demonstra um carisma associado geralmente a artistas bem mais experientes. Com talento e simpatia, ela consegue se conectar com um público diverso por meio de um repertório visceral e muitas vezes sombrio, mas que traz a mensagem sincera de uma jovem celebridade que cresce com o público – e amadurece artisticamente diante da multidão.