O Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico, localizado na zona sul do Rio, foi atacado, na noite desta segunda-feira, 7. Segundo o órgão, um grupo de 25 pessoas encapuzadas invadiu o setor de Compostagem do Horto Florestal, na zona sul, rendeu o segurança do local, roubou uma arma, um rádio de comunicação e dois celulares. Elas também jogaram uma bomba, “provavelmente um coquetel molotov”, de acordo com o instituto, sobre um veículo de serviço.

A invasão começou por volta das 22h15 e se estendeu até as 3h30 da madrugada desta terça-feira, 8. O instituto informou que registrou o caso na 15ª Delegacia de Polícia (Gávea). “O Jardim Botânico aguarda agora uma avaliação da Polícia Federal sobre o ocorrido”, informou o órgão, por nota.

A ação ocorreu na noite do mesmo dia em que a Polícia Militar cumpriu mandado de reintegração de posse de uma casa da Comunidade do Horto, que fica em um terreno do Jardim Botânico, objeto de disputa há anos. Por nota, o órgão declarou que “este ato criminoso é mais uma tentativa de chantagem contra o Jardim Botânico e o Poder Público pelo cumprimento, pela Justiça, da reintegração de posse de uma das casas irregularmente construídas no território do Jardim”.

Durante a reintegração da segunda-feira, 7, houve confronto entre policiais militares, moradores e manifestantes que apoiam a comunidade. Policiais usaram bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e balas de borracha contra os manifestantes. Pelo menos quatro pessoas ficaram feridas.

Segundo o instituto, durante o confronto manifestantes teriam quebrado a canaleta do histórico Aqueduto da Levada, interrompendo a irrigação do Jardim, e atearam fogo na porta do setor de conservação da área verde do Jardim.

O instituto também informou que, pelo segundo dia consecutivo, o Jardim Botânico não abrirá para visitação, “por motivos de segurança, para proteção dos visitantes e do patrimônio público”. A medida visa também facilitar a investigação da polícia, que recebeu do Jardim um vídeo do atentado gravado por câmeras de segurança da instituição.

As casas da Comunidade do Horto são ocupadas, há décadas, por famílias de funcionários. Os imóveis são alvo de disputa judicial com a União, que quer remover os moradores, alegando que estão no perímetro do Jardim Botânico. Os ocupantes – alguns já sem vínculo com a instituição – alegam direito à moradia para continuar na área.

Confira a íntegra da nota oficial divulgada pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro:
Na noite desta segunda-feira, 7/11/2016, por volta das 22h15, o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) foi alvo de um atentado no setor de Compostagem, em seu Horto Florestal. Uma bomba, provavelmente um coquetel molotov, foi lançada sobre um veículo de serviço. Cerca de 25 homens encapuzados invadiram o setor, renderam o segurança do local e roubaram uma arma, um rádio de comunicação e dois celulares. A invasão se estendeu até as 3h30 da madrugada desta terça-feira, 8/11.

Este ato criminoso é mais uma tentativa de chantagem contra o Jardim Botânico e o Poder Público pelo cumprimento, pela Justiça, da reintegração de posse de uma das casas irregularmente construídas no território do Jardim. A ação de reintegração de posse (Processo nº 000486724198740025101) foi ajuizada pela União na década de 80 e o processo transitou em julgado há quase dois anos.
Ontem, durante a reintegração de posse, manifestantes da comunidade do Horto quebraram a canaleta do histórico Aqueduto da Levada, interrompendo a irrigação do Jardim, e atearam fogo na porta do setor de Conservação da Área Verde do Jardim.

Por motivos de segurança, para proteção dos visitantes e do patrimônio público, o Jardim Botânico permanecerá fechado nesta terça-feira, 8/11/2016. A medida visa também a facilitar a investigação da polícia, que recebeu do JBRJ o vídeo do atentado gravado por câmeras de segurança da instituição. O Boletim de Ocorrência foi feito pelo JBRJ na 15ª DP. O Jardim Botânico aguarda agora uma avaliação da Polícia Federal sobre o ocorrido.

Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro