O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi criticado e responsabilizado pela crise sanitária do Brasil, nesta quinta-feira (15), pelo Parlamento Europeu. As informações são do colunista Jamil Chade, do UOL.

Durante audiência, os deputados avaliaram a situação do país e apresentaram questões ao embaixador do Brasil na União Europeia, Marcos Galvão. E insistiram que a crise é resultado de decisões políticas por parte do governo.

De acordo com a reportagem, na Europa, o Brasil representa uma ameaça sanitária global. A eurodeputada alemã Anna Cavazzini, do Partido Verde, vice-presidente da delegação do Parlamento Europeu para assuntos relacionados ao Brasil, disse que “o que ocorre no Brasil é uma tragédia. Mas poderia ter sido evitada e baseada em decisões políticas equivocadas”.

“A Covid-19 virou uma crise social, com pessoas indo para a cama com fome. O que o governo vai fazer sobre isso?”, questionou Cavazzini, que também questionou para onde vai o dinheiro destinado pela UE para o Brasil: “Se Bolsonaro nega a crise e coloca medidas que impedem a ação contra a pandemia, para onde é que o dinheiro vai?”.

Já o eurodeputado Miguel Urban Crespo, do partido de esquerda Podemos, da Espanha, disse que Bolsonaro “declarou guerra aos pobres, à ciência, à vida e à medicina”. Segundo Urban Crespo, a crise “tem causa política e tem um responsável”, e disse que a política de Bolsonaro é um “crime contra a humanidade”.

“Vamos dizer claramente: a necropolítica de Bolsonaro é um crime contra a humanidade contra o povo brasileiro”, disse Urban Crespo.

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Convidada pelos parlamentares europeus, a diretora da Conectas, Camila Asano, disse que o Brasil sofreu “perdas de vidas que poderiam ser evitadas” e que os brasileiros não vivem mais em uma “normalidade democrática”.

Também convidada, a ambientalista Claudelice Santos denunciou violações de direitos humanos e o aumento da violência contra ativistas: “Enfrentamos um genocida no poder”. Ela disse que o governo tem apoiado a “legalização de terras roubadas” e alertou os europeus de que parte da carne que comem vem de locais de violência e destruição ambiental no Brasil.

Ainda de acordo com o UOL, o embaixador do Brasil Marcos Galvão disse que o Brasil é o “primeiro interessado em acabar com atividades ilegais”, qualificou o país como uma “grande democracia” e pediu que “se deixe a política para depois”.

“Não vamos salvar vidas hoje ou semana que vem se entrar nesse debate, que já está ocorrendo. Eu sou um servidor público de uma democracia. Não vou falar de responsabilidades. Temos instituições sólidas que poderão fazer isso”, disse Galvão.


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