Brasileiros do Ano – Esporte – Arthur Nory

A medalha de ouro no mundial de ginástica de Stuttgart, na Alemanha, conquistada pelo ginasta Arthur Nory, em outubro, foi uma das maiores façanhas do esporte neste ano. Nory ganhou a medalha na barra fixa, feito inédito da ginástica artística brasileira. Para vencer a competição, ele fez uma mudança de estratégia na disputa decisiva e decidiu repetir a série de exercícios que vinha executando na fase de classificação. A ideia para a final era realizar uma série mais complexa e difícil, mas diante da apresentação dos adversários, que cometeram alguns erros, ele e seus técnicos preferiram um caminho mais conservador. Ao terminar sua impecável apresentação, ele recebeu uma nota de 14.900 pontos, superando o croata Tin Srbic, que obteve 14.666 pontos, e o russo Artur Dalaloyan, com 14.533 pontos.

O atleta de 26 anos do Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo, combina os três Ds (determinação, dedicação e disciplina) na sua busca pela perfeição. Amparado por uma equipe de experientes profissionais, incluindo psicólogo e nutricionista, ele é comprometido e focado no trabalho e adora o que faz. Sua conquista deve ser mais valorizada pelo fato de Nory enfrentar uma séria contusão, há dois anos, que lhe causa dores no joelho esquerdo e não tem cura. Elas são causadas por um desgaste crônico na cartilagem. Por causa das dores, priorizou as competições na barra fixa e abriu mão dos exercícios de solo, que lhe garantiram a medalha de bronze na Olimpíada de 2016, mas envolvem uma pressão no joelho muito maior.

Olímpiada de Tóquio

As atenções do atleta se voltam agora para o Japão. Nos Jogos de Tóquio, em 2020, Nory pretende continuar privilegiando a barra fixa, embora também pretenda participar da competição por equipe e do individual geral, que envolvem os outros aparelhos, como solo, barras paralelas e cavalo com alça. Com sua conquista em Stuttgart, ele se tornou o quarto brasileiro a ganhar o ouro em um mundial de ginástica. Antes dele, Daiane dos Santos, em 2003, Diego Hypolito, em 2005 e 2007, e Arthur Zanetti, em 2013, atingiram o lugar mais alto do pódio.