Ao chegar ao Brasil, em 1953. Fernando Lemos já era conhecido fotógrafo e artista gráfico e vinha com uma carta de recomendação do grande poeta Jorge de Sena para que procurasse os poetas Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira, ambos colaboradores habituais do Suplemento Literário do jornal O Estado de S. Paulo. Lemos, então, passou a assinar ilustrações para poemas e contos publicados pelo caderno a pedido do editor Antonio Candido.

Uma série de 13 desenhos do artista foi doada pelo jornal ao Museu de Arte Moderna de São Paulo, que abriu em outubro uma mostra com as ilustrações, ainda em exibição na biblioteca da instituição. Elas estão devidamente identificadas com os nomes dos autores e das peças literárias publicadas, como os poemas Flor da Liberdade, de Miguel Torga, A Vida É Bela, de Ledo Ivo, e Mensagem de Finados, de seu amigo Jorge de Sena, entre outros colaboradores do suplemento, que fez história entre as publicações culturais brasileiras.

Quando Lemos começou a desenhar para o Suplemento Literário, nos anos 1950, o movimento abstrato ganhava força no Brasil com a realização da primeira Bienal de São Paulo, em 1951. Até por afinidade, muitos deles se aproximam da linguagem dos poetas e artistas concretos, como a ilustração que fez para o poema No Laranjal, do acadêmico alagoano Ledo Ivo (1924-2012), ponto alto de seu trabalho gráfico.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.