O Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) decidiu nesta sexta-feira (18) manter o ritmo da atual política monetária, com taxa de depósito negativa em 0,1% ao ano e meta de juros do título público (JBG) de 10 anos em torno de 0%. A decisão, divergente da recente onda global de aperto monetário, teve como base o cenário de forças inflacionárias ainda fracas no país.

Embora enfrente alta nos preços da energia e escassez de oferta, o Japão ainda não experimentou uma inflação substancial até o momento. Os preços ao consumidor subiram 0,6% em fevereiro frente ao mesmo período de 2021, enquanto a subdivisão que exclui os alimentos frescos e energia recuou 1,0%.

Nos Estados Unidos, no mesmo intervalo, a inflação subiu 7,9%. Na quarta-feira, 16, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) elevou sua taxa básica de juros em 25 pontos-base, para a faixa entre 0,25% e 0,50%.

O BoJ, porém, ponderou, em comunicado, que a pressão inflacionária subjacente deve subir no Japão, com elevação dos preços aos consumidores em decorrência da inflação de energia e matérias-primas. Em comparação às reuniões anteriores, o BoJ ainda rebaixou a avaliação econômica do país.

O presidente do BoJ, Haruhiko Kuroda, disse nesta sexta-feira não ver necessidade de elevar juros para conter a alta de preços causada por um salto temporário nos custos de energia.

Kuroda disse que os preços ao consumidor no Japão poderão subir quase 2% em abril ou depois, em função do impacto dos preços de energia. Ele enfatizou, porém, que isso não levará a uma ação de política imediata do banco central japonês.

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Segundo Kuroda, mesmo que os preços no Japão avancem 2%, “devido a aumentos dos preços de commodities e de importações”, isso não significa que o BoJ terá atingido sua meta de inflação, que é de 2%.

Kuroda, que falou em coletiva de imprensa, disse também não acreditar que Japão, EUA e Europa caiam numa situação de estagflação e comentou que, de modo geral, a fraqueza do iene é positiva para a economia japonesa. Fonte: Dow Jones Newswires.


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