Corinthians e Palmeiras fazem neste sábado, às 17 horas, um clássico em que um dos objetivos é evitar que o resultado possa ter influência na estreia dos rivais na Copa Libertadores, no meio da próxima semana. No estádio Itaquerão, em São Paulo, pela nona rodada do Campeonato Paulista, os times entram em campo em situações distintas na tabela de classificação, mas cientes de que, além da importância natural do confronto, estará em jogo algo maior do que apenas três pontos.

Os clubes viajam à Colômbia nos próximos dias e, apesar do discurso oficial de que Libertadores é algo para se pensar apenas depois do dérbi, existe a preocupação de não precisar estrear na competição sul-americana impactados por uma derrota para o maior rival. Prova disso é que nem mesmo a longa viagem até o país vizinho (seis horas de voo, no mínimo) faz os treinadores pouparem forças para a partida no Itaquerão.

A situação mais contraditória é a do Corinthians. Nesta sexta-feira, a equipe treinou no estádio com a presença de cerca de 12 mil torcedores, que foram apoiar os jogadores. Mas como vem de três jogos sem vencer – duas derrotas e um empate -, a torcida também aproveitou para protestar. E dar um recado bem claro.

Entre cânticos de apoio, do hino e declarações de amor ao time, os torcedores avisavam que “se o Corinthians não ganhar, o pau vai quebrar”. A ameaça foi feita até quando os atletas se aproximaram para saudar os corintianos na arena.

Após enfrentar o arquirrival, o Corinthians encara o Millonarios, em Bogotá, pela fase de grupos da Libertadores, e no domingo que vem tem compromisso marcado contra o Santos, no estádio do Pacaembu, em São Paulo. Ou seja, uma derrota no dérbi pode fazer com que os dois próximos confrontos ganhem ares de tensão. “No ano passado muito se falou do Palmeiras antes do jogo, ganhamos, a imprensa começou a olhar diferente para nós e o torcedor, também. É um jogo que pode mudar as coisas”, comentou Fábio Carille.

A esperança dos corintianos é que a história de 2017 se repita. Na primeira fase do Paulistão, o Corinthians recebeu o Palmeiras desacreditado, mas venceu, começou a crescer e caminhou rumo ao título estadual.

Apesar da campanha invicta, com seis vitórias e dois empates, o temor do Palmeiras é deixar o bom momento vivido na temporada ruir justamente diante do rival. A equipe do técnico Roger Machado espera não ter a fase positiva destruída por uma derrota, pois já percebeu o quanto o clássico mexe com os palmeirenses.

“Eu percebi a magnitude deste clássico durante a semana. Você anda no corredor de um shopping e as pessoas te abordam, indicam uma escalação e pedem para ganhar do rival”, disse Roger Machado. A estreia do time na Libertadores será na quinta-feira contra o Junior Barranquilla, em Barranquilla.

O Palmeiras não terá alterações e vai com a formação utilizada nas últimas partidas. O treinador manifestou preocupação com o excesso de tensão do time para este jogo, com receio de que isso tenha como consequência um desequilíbrio emocional. O último treino foi uma atividade tática na Academia de Futebol.

Cerca de quatro meses depois da última visita à arena alvinegra, ainda pelo Campeonato Brasileiro (3 a 2 para o Corinthians), o Palmeiras retornará com apenas três titulares daquele encontro. Tchê Tchê, Willian e Borja são os remanescentes.