O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) teve alta de 1,22% em fevereiro, revertendo a queda de 0,26% em janeiro, informou nesta quarta-feira, 27, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). Em 12 meses, o indicador acumula alta de 9,50%.

Entre os componentes do indicador, o IPA Agropecuário avançou 2,71% no mês, ante queda de 0,71% em janeiro, acumulando alta de 10,57% em 12 meses. Já o IPA Industrial teve expansão de 0,74% no segundo mês do ano, após ter recuado 0,12% na primeira leitura de 2018. Em 12 meses, acumula alta de 9,15%.

Na análise por estágios de processamento, os Bens Finais tiveram alta de 1,19% em fevereiro, após alta de 0,52% em janeiro. A principal contribuição para o movimento partiu de alimentos in natura, cuja elevação atingiu 17,41%, após 3,54% no mês anterior.

O índice relativo a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos ‘alimentos in natura’ e ‘combustíveis para o consumo’, teve queda de 0,12% este mês, após 0,53% em janeiro.

Já os Bens Intermediários cederam 0,35%, ante recuo de 0,99% no mês anterior. Neste grupo, o principal fator por trás da aceleração foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes, que avançaram 2,48% ante recuo de 4,56% em janeiro.

Nas Matérias-Primas Brutas, houve alta de 3,23% em fevereiro, em comparação à queda de 0,30% em janeiro. Contribuíram para a aceleração os seguintes itens: minério de ferro (de 2,99% para 11,98%), leite in natura (de -2,23% para 8,63%) e soja em grão (de -4,27% para -2,04%). Já no sentido oposto, destaque para bovinos (de 0,60% para -0,72%), algodão em caroço (de 1,96% para -1,41%) e mandioca (aipim) (de 4,52% para 2,22%).

Nesta quarta-feira, o Ibre/FGV relatou alta de 0,88% do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) em fevereiro, em aceleração ante a leve expansão de 0,01% em janeiro. Com a variação, a taxa acumulada em 12 meses ficou em 7,60%.

Outro componente do IGP-M, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) desacelerou em fevereiro, marcando 0,26%, de 0,58% em janeiro. Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) teve expansão de 0,19%, após 0,40%.

Influências no IPA

O minério de ferro foi o item de maior contribuição para a alta do IPA, passando de 2,99% em janeiro para 11,98% em fevereiro. O movimento ocorre em linha com o encarecimento da commodity no mercado internacional, após o colapso da barragem em Brumadinho e as repercussões sobre a produção da Vale.

Também influenciaram positivamente as altas em Feijão (em grão) (de 15,61% para 62,35%), Óleo diesel (de -0,88% para 7,56%), Leite in natura (de -2,23% para 8,63%) e Batata-inglesa (de 4,17% para 40,80%).

Já entre as influências negativas, destaque para o recuo na carne bovina, que passou de alta de 0,98% em janeiro para queda de 4,24% em fevereiro. Outros itens que aliviaram o movimento foram Soja (em grão) (de -4,27% para -2,04%), Farelo de soja (de 0,23% para -5,30%), Querosene de aviação (de -8,72% para -10,45%) e Óleos combustíveis (de -11,83% para -3,85%).