Meu Deus do céu! O que foi a participação de Alexandre Kalil, ex-prefeito de Belo Horizonte e candidato ao governo de Minas, no Flow Podcast, um conhecido canal do Youtube, nesta noite de quarta-feira (01/06)?

Em duas horas e meia de programa, o mineiro deve ter falado, sei lá, por uma hora e meia. Na boa! Só de palavrões deve ter ido meia-hora ou mais, tamanhos conteúdo e capacidade intelectual (alerta de ironia, ok?). E da hora que sobrou, uns 45 minutos foram dedicados às mentiras mais cabeludas que já ouvi.

Olhem aqui: conheço Alexandre Kalil muito ‘en passant’, de alguns eventos e festas. O máximo de intimidade que já tivemos foi quando ele colou um adesivo seu de campanha no para-choque traseiro do meu carro, tirou uma foto nossa e me pediu o voto.

Não milito na política, não tenho interesses partidários e sou apenas um cidadão meio louco, que desabafa sua indignação e humilhação cotidianas – por causa da política – em muito mal-traçadas linhas, nesta revista e no jornal Estado de Minas digital.

Kalil nunca me fez nada pessoalmente, mas já fez muito mal ao Atlético Mineiro, clube que sou apaixonado, e a muitos conhecidos meus (comercialmente), além de representar crassamente o tipo de populista político que mais desprezo. É ‘apenas’ por isso, meus caros, que ‘bato’ tanto neste senhor.

Não há ninguém por trás de mim. Não há partido político me financiando e desafio que encontrem uma mísera vírgula neste sentido. Aliás, uma rápida pesquisa na internet mostrará desde quando (desde sempre!!) crítico o ex-prefeito de BH.

E quando assisto a um festival de mentiras, agressões, bravatas, enfim, como a que assisti ontem no Flow, o ímpeto em desmascarar, desnudar essa personagem mais falsa que nota de três reais só aumenta, e aqui estou outra vez.

Kalil se superou e conseguiu humilhar Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, em número, intensidade e espécie de mentiras. Aliás, superou – e muito! – também, o presidente da República, no quesito ‘boca-suja’ e gritaria. O cabra-macho de Belzonte é do tipo ‘gritando a gente convence’.

O valentão disse, entre outras coisas, que Lula, o meliante de São Bernardo e sua atual babá política, já que sem o chefão petista não é ninguém, eleitoralmente falando, fora da capital, foi o ‘inventor do carro flex no Brasil’. Taquepariu!! Volkswagen, Fiat, Ford, Chevrolet? Que nada! Foi o Lula lá.

Disse ainda, que se aliou ao líder do petrolão e do mensalão por afinidade de pensamento e alinhamento político. Tá bom! Se for eleito, Minas terá José Dirceu, Aloizio Mercadante, Dilma Rousseff e companhia no governo – e os cofres mineiros que se cuidem.

Kalil atacou o ex-juiz Sergio Moro de uma forma que nem mesmo o ‘barba’ já fez. Disse que votar em Moro ‘é pior que pegar mala de dinheiro’. Ok, é compreensível para quem, em um debate eleitoral, já admitiu: ‘eu roubo, mas não peço dinheiro para empresário’.

Mas não só: teve o disparate de mandar essa: ‘Lula foi desgraçado por Moro. Moro matou a ex-esposa do Lula’. E disse apoiar o pai do Ronaldinho dos Negócios por uma questão de humanidade: ‘Lula não governa para bilionários’.

Não? Marcelo Odebrecht e Leo Pinheiro, além de todos aqueles que pagaram fortunas por palestras que nunca foram ministradas, devem ser brasileiros pobres, né, Kalil? Haja cara de pau, viu? Nem Gleisi Hoffmann faria uma defesa tão desavergonhada assim.

Se este sujeito vencer em Minas, para mim, pessoalmente, será uma diversão, pois terei quatro longos anos de material para criticá-lo, mas, para o estado, será uma catástrofe do quilate de Fernando Pimentel, do PT, partido de que hoje é aliado e defensor feroz, como visto acima.

Ainda dentro das mentiras, disse e repetiu: ‘não faço mal feito e sou um sujeito correto’. Bem, uma pesquisa rápida nas páginas criminais, cíveis e trabalhistas da Justiça brasileira mostra justamente o contrário. Ah, assumiu, batendo no peito, que deve impostos, sim – ‘e daí?’

Mas a melhor/pior parte foi quando, aos berros, afirmou: Lula foi absolvido pela Justiça e pela ONU’. Como? Truco, ladrão! Aqui, Kalil, por favor: menos, ok? Menos. Se você me mostrar quando, onde e por quem o ex-tudo (ex-presidente, ex-presidiário, ex-condenado, ex-corrupto e ex-lavador de dinheiro) foi absolvido, faço campanha e voto em você.

Por fim, disse não ler o que escrevem sobre ele, mas, minutos antes, retrucou sobre ‘um cara que escreveu por aí que ando de carrão, tenho moto, etc’. Bem, como diria o genial Roberto Carlos, ‘esse cara sou eu’.

Sim, Kalil, você me lê. E é por isso que faço questão de escrever o que estou escrevendo. Já que não tenho o poder que você tem, e faço das minhas colunas uma espécie de hobby, de terapia, será aqui o meu local de combate.

E como a verdade está do meu lado, como você não pode nem consegue me rebater, já que, repito, tudo o que escrevo é absolutamente real e comprovado, citando outro gênio, desta vez Mário Jorge Lobo Zagallo, encerro te lembrando: ‘você terá que me engolir’.