“Mais países” devem abraçar a causa da luta contra a mudança climática na COP27, que acontece em novembro no Egito – convocou o enviado especial dos Estados Unidos para o clima, John Kerry, no Cairo, nesta segunda-feira (21).

Ao lado do ministro egípcio das Relações Exteriores, Sameh Shukri, responsável pela organização desta conferência internacional sobre o clima, em Sharm el-Sheikh, no Mar Vermelho, Kerry elogiou os “progressos significativos” alcançados durante a edição anterior, em Glasgow, na Escócia.

À época, porém, o secretário-geral da ONU, António Guterres, julgou que os compromissos alcançados em Glasgow “não eram suficientes” diante da série de desastres naturais sofridos. Nesse sentido, destacou a necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito de estufa em quase 50% até 2030, para não exceder o aumento da temperatura global de 1,5°C.

“Em Glasgow, conseguimos convencer 65% do mundo financeiro (…) agora, é necessária a adesão de mais países m aderir ao movimento”, disse Kerry.

“Estamos falando de uma ameaça contra o nosso planeta, que nos obriga a refletir sobre como lidar com ela, apoiando-nos na ciência, na matemática, na física. O que acontece é responsabilidade dos humanos, das escolhas que fizermos, ou não”, acrescentou.

“Hoje, discutimos detalhadamente quais serão as prioridades para a Presidência egípcia da COP27”, explicou Shukri.

Poucas informações foram, porém, divulgadas sobre a organização deste evento que, todos os anos, é acompanhado de manifestações e, agora, será realizado em um país onde protestos estão praticamente proibidos.

Peso-pesado da política regional e mais populoso país árabe, o Egito considera uma honra se destacar na vitrine da diplomacia mundial.

Nas atuais circunstâncias, aposta na COP27 para se consolidar como um ator-chave na questão climática.

Neste país do norte da África, com 102 milhões de habitantes, uma séria ameaça pesa sobre sua costa norte, devido ao aumento das águas, enquanto seus corais morrem pelo aquecimento do Mar Vermelho.